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Youtube encerra 200 contas que visavam manifestantes de Hong Kong

A Google, dona do Youtube, anunciou o encerramento das contas suspeitas de espalharem mensagens contra os manifestantes de Hong Kong.

Depois do Facebook e o Twitter, foram encerradas no Youtube mais de 200 contas suspeitas de agirem de forma coordenada para influenciar os protestos em Hong Kong. A empresa afirma que se tratavam de contas apoiadas pelo Estado chinês para criticar os protestos.

A Google, dona do Youtube, não revelou a origem das contas encerradas, mas escreve que a descoberta é consistente com as observações do Facebook e do Twitter.

Ambas as tecnológicas foram mais longe e disseram que as contas encerradas faziam parte de uma iniciativa financiada pelo Estado chinês para travar as manifestações através de publicações que descreviam os participantes como "extremistas perigosos e mal intencionados". Os gigantes da internet também foram criticados por terem lucro com a publicidade paga por entidades estatais chinesas.

Nas últimas semanas, vários utilizadores destas redes sociais publicaram capturas de ecrã que alegadamente mostraram anúncios anti-protestos feitos por orgãos de comunicação social detidos pelo Estado, como a CCTV, o canal público de televisão.

Numa reação ao caso, o Twitter anunciou que ia deixar de aceitar publicidade feita pela comunicação social controlada pelo Estado. Já o Facebook explicou que iria analisar a sua política em relação a órgãos públicos.

Por sua vez, o Youtube frisou que não vai alterar as regras de publicidade. A empresa explicou que consegue identificar o tipo de conteúdo em relação a alguns órgãos, como o canal de televisão CCTV, e admitiu estender essa operação a jornais como o Diário do Povo e o Diário da China.

O Twitter, o Facebook e o YouTube estão bloqueados na China, mas podem ser acedidos em Hong Kong.

Os protestos naquele território têm sido um dos principais desafios para o presidente chinês Xi Jinping desde que subiu ao poder em 2012. Ao início, visavam uma lei que permitia a extradição para a China de suspeitos de crimes para serem julgados por tribunais controlados pelo partido comunista, mas entretanto alargaram o âmbito, e são manifestações pela democracia.

Os Estados Unidos já manifestaram preocupação pelas tentativas chinesas de manipular a opinião pública sobre o que se passa no território autónomo sob administração chinesa.