Eurodeputado contesta "comentadores" e "jornalistas" parciais na cobertura da campanha e apela ao voto no CDS para que se respire "ar puro" em Portugal e uma "democracia livre".
O eurodeputado Nuno Melo relativizou esta terça-feira o voto no PSD nas legislativas de 6 de outubro, afirmando que o importante nas eleições é o centro e a direita terem mais um deputado do que "a esquerda toda junta".
Começou por apelar aos militantes que não se deixem condicionar pelas sondagens para deixar a todos uma certeza: "Alguém dizia por aí que há uma crise na direita em Portugal. Não há uma crise da direita em Portugal. Há uma crise de imparcialidade na política. Isso faz toda a diferença."
Nuno Melo falou de comentários aos debates e apontou aos jornalistas, que classificou de pouco sérios. "Temos responsáveis nomeados pelo Governo, constituídos arguidos, que dizem que só se demitem se António Costa o disse. Mas ninguém pergunta a António Costa como é que é. A quem governa este país, como é que pode ser. Vai demitir ou não vai demitir, acha normal ou não acha normal?", interrogou.
Estabelecendo um paralelismo, Nuno Melo deixou uma pergunta: "Imagine-se que quem governava o país e fosse constituído arguido era alguém à direita. Alguém tem dúvidas do que seria dito e escrito, todos os dias, até às eleições?"
A diferença de tratamentos não surge no discurso de Nuno Melo a partir do nada. O próprio diz que a sentiu na campanha para as Europeias, acusando "jornalistas de referência" de lhe terem apresentado "rankings falsos", cuja fonte não conheciam porque "isso não interessava nada". "O que interessava era, através de uma mentira, condicionar resultados no espaço político de direita ou centro-direita."
Ainda assim, Nuno Melo diz que "defende a liberdade de imprensa", mas acusa alguns órgãos de comunicação social em Portugal de não serem livres, de condicionarem resultados e de não serem justos. A partir daí, pediu que fosse feita uma escolha: entre esquerda e direta, entre partidos da geringonça ou o CDS.
"É neste aspeto que o que se joga no dia 6 de outubro é, também, ar puro. Uma democracia livre, capaz, plural, igual para todos. Acho muito bem que deem voz a todos, seguramente a quem é de esquerda. O que não aceito é que, para que essa voz prevaleça, amordacem quem é de direita", atirou.