Política

CDS traça linhas vermelhas: incentivos fiscais e não-aumento de impostos

O presidente do CDS-PP, Francisco Rodrigues dos Santos António Cotrim/Lusa

Francisco Rodrigues dos Santos apresentou as propostas do CDS para a retoma da economia ao primeiro-ministro, mas sai de São Bento sem garantias de que venham a ser vertidas no programa de estabilização.

Hora e meia depois, o CDS sai de São Bento sem garantias de que as propostas centristas avancem no plano de estabilização da economia. Ainda assim, Francisco Rodrigues dos Santos faz questão de sublinhar que o partido tem duas prioridades: incentivos fiscais e não aumento de impostos.

Como já vem sendo hábito do líder do CDS, a cada resposta que dá às perguntas dos jornalistas, fez questão de elencar as propostas do partido, que passam pelo alargamento do lay-off simplificado até ao final do ano, o alargamento das linhas de crédito ou a criação de um mecanismo de acerto contas entre contribuintes e Estado.

Ainda que algumas medidas possam tocar naquilo que o Executivo está a pensar fazer, o centrista mostra-se cético de que "elas sejam aplicadas tal e qual o CDS as tem proposto". "Aliás, até verificámos que em algumas delas esse não será o caminho seguido pelo Governo", notou Francisco Rodrigues dos Santos, sem explicitar que caminho será esse.

Mesmo adotando a postura de só se pronunciar sobre o orçamento suplementar depois de conhecido o documento, no Largo do Caldas as linhas vermelhas estão traçadas e Francisco Rodrigues dos Santos não as esconde. "Há não só uma linha vermelha, que é o não aumento de impostos, como também a criação de incentivos fiscais para a sobrevivência do nosso tecido empresarial", disse.

"Não temos a garantia de que o Governo vá por esse caminho", adiantou ainda o líder do CDS, que gostava que o azimute para a retoma passasse por "uma estratégia de alívio fiscal, diminuição de impostos, captação de investimento, proteção à nossa indústria exportadora e o quadro administrativo e tributário que flexibilize a criação de riqueza e emprego em Portugal".

Além disso, os centristas sublinham que a liquidez é chave para as empresas. "O que tem faltado tem sido que o dinheiro chegue a tempo e horas às empresas e que não resulte em mais endividamento", disse Francisco Rodrigo dos Santos, reconhecendo que o "quadro de propostas do CDS é exigente".