Sociedade

Violência doméstica. Agressores com pulseira eletrónica aumentaram 39%

Artur Machado/Global Imagens

Polícias estão a receber menos queixas, mas justiça está a ter mão mais pesada.

As autoridades estão a receber menos queixas por violência doméstica, mas aumentaram quase 40% os agressores a quem a justiça está a colocar pulseira eletrónica.

Os dados são divulgados pelo Governo, um anos depois da aprovação de mudanças legislativas aprovadas em Conselho de Ministros, para este tipo de crimes, e comparam o segundo trimestre de 2019 com o segundo trimestre de 2020.

Ao todo, nos três meses do segundo trimestre de 2020, foram 579 os arguidos a quem foi colocada pulseira eletrónica por crimes de violência doméstica para garantir o afastamento da vítima - ou seja, mais 163 (39,2%) que em igual período de 2019.

Os total de agressores obrigados a ficarem afastados das vítimas, com e sem pulseira eletrónica, também aumentaram 29,5% (para 738).

Menos queixas

Por outro lado, entre abril e junho existiu um total de 6.928 queixas na PSP e GNR por violência doméstica, uma descida de 6,2% na comparação com o ano passado.

No entanto, pelo contrário, o número de reclusos por este tipo de crimes subiu 10% (de 966 para 1064).

Do lado do programa de acolhimento da Rede Nacional de Apoio às Vítimas de Violência Doméstica os números estão a descer quer nas mulheres (1.135 para 907) quer nas crianças em situação de acolhimento (997 para 727).

Num cenário de menos queixas, não surpreende que além de menos mulheres e crianças acolhidas também tenham diminuído os transportes de vítimas que pediram ajuda às autoridades, bem como os agressores colocados em programas específicos.

Os números hoje divulgados pela Presidência do Conselho de Ministros revelam, finalmente, que em 2020, de janeiro a junho, morreram em Portugal 10 pessoas por violência doméstica, entre elas sete mulheres, dois homens e uma criança.