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Primeiro-ministro do Sri Lanka nomeado chefe de Estado interino

Ranil Wickremesinghe Chamila Karunarathne/EPA

Ranil Wickremesinghe substitui, assim, Gotabaya Rajapaksa, que fugiu para o exílio.

O primeiro-ministro do Sri Lanka, ​​​​​​​Ranil Wickremesinghe, tomou posse esta sexta-feira como chefe de Estado interino, substituindo Gotabaya Rajapaksa que fugiu para o exílio, anunciou o gabinete do Executivo de Colombo.

Tal como prevê a Constituição do Sri Lanka, Wickremesinghe prestou juramento perante o presidente do Supremo Tribunal Jayantha Jayasuriya, refere a nota do gabinete do primeiro-ministro.

Entretanto, o presidente do Parlamento do Sri Lanka, Mahinda Yapa Abeywardana, anunciou hoje que aceitou a demissão do chefe de Estado que se encontra neste momento em Singapura, depois de ter fugido do país na sequência dos protestos que se intensificaram na cidade de Colombo.

O Parlamento do Sri Lanka vai eleger no próximo dia 20 um deputado para o cargo de chefe de Estado e que deve manter-se em funções até ao final do atual mandato (novembro de 2024).

As candidaturas para o cargo de presidente devem ser dirigidas ao Parlamento no dia 19 de julho sendo que os deputados vão proceder à votação no dia seguinte.

Gotabaya Rajapaksa é o primeiro chefe de Estado do Sri Lanka a demitir-se depois de o país ter optado pelo regime presidencial, em 1978.

O presidente do Sri Lanka Rajapaksa fugiu do país na quarta-feira, quando se intensificaram os de protestos que exigiam a demissão por causa da grave crise económica.

Os manifestantes, que tinham ocupado edifícios governamentais desmobilizaram na quinta-feira após a saída do presidente.

A oposição política e os manifestantes acusam Rajapaksa de desvio de fundos públicos durante vários anos e responsabilizam as medidas impostas pelo chefe de Estado que provocaram o colapso económico do país.

A família do presidente negou as alegações de corrupção, mas Rajapaksa reconheceu que algumas das políticas contribuíram para a crise que o país enfrenta.

Os vários meses de protestos atingiram o ponto mais alto no fim de semana passado, quando manifestantes ocuparam o palácio presidencial, bem como a residência oficial do primeiro-ministro, Ranil Wickremesinghe.

Lusa