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Mulher trata durante sete anos cancro que não tinha

Rui Manuel Ferreira/Global Imagens

Depois de sofrer angústia psicológica, de dor crónica, insónia, perda óssea e de dentição na quimioterapia, a paciente recebeu indemnização de 40 mil euros

Ao longo de cerca de sete anos, de 2010 a 2017, uma mulher de São Bernardo do Campo, nos arredores de São Paulo, relatou que, em virtude do pesado tratamento à base de quimioterapia, sofreu grande angústia psicológica, além de dor crónica, insónia, perda óssea e de dentição e limitação dos movimentos da perna em razão das lesões nos ossos.

O tratamento, doloroso, era, no entanto, necessário para combater um cancro nos ossos, conforme diagnóstico da Amico Saúde, a mesma clínica onde ela havia tratado um cancro de mama, anos antes.

A meio do tratamento, em 2014, decidiu mudar de clínica e passou a tratar, além do cancro, os problemas derivados da própria quimioterapia.

Nessa nova clínica, em 2017, um exame mais rigoroso confirmou a suspeita dos médicos: nunca a paciente sofreu cancro nos ossos.

Por longos sete anos, ela foi sujeita a um tratamento penoso e com inúmeros efeitos secundários desnecessariamente por erro de diagnóstico e inércia médica.

“A paciente teve o curso da sua vida alterado em razão de doença gravíssima que não existia”, escreveu o juiz desembargador Edson Luiz de Queiroz. “Não se pode medir a dor à qual a requerente foi submetida”, finalizou, na decisão, em segunda instância, que confirmou a sentença inicial de pagamento de indemnização à senhora, hoje com 67 anos.

A Amico Saúde foi condenada a pagar-lhe 200 mil reais, cerca de 40 mil euros.

Redação