Rui Tavares mostrou disponibilidade para integrar um eventual Governo à esquerda.
O congresso programático do partido Livre realiza-se este fim de semana, no Porto, e vai servir para definir o programa eleitoral. Rui Tavares, deputado único e fundador do Livre, afirmou que um dos objetivos é limitar o crescimento dos extremismos.
"O Livre é um partido que já nasceu com esse problema bastante resolvido porque sempre nos declarámos a favor de convergências à esquerda e temos uma fórmula que utilizamos sempre e que é simples: se houver uma maioria à esquerda somos parte da solução, se houver maioria à direita somos parte da oposição, que é um lugar digno e importante também em política. Acreditamos que o voto no Livre nas próximas eleições permite cumprir com estes três objetivos: o objetivo eleitoral que temos, que é efetivamente crescer; o objetivo político que é ajudar a esquerda a vencer estas eleições e o objetivo moral ou ético que é afastar extremistas, autoritários e xenófobos do poder no nosso país", explicou à TSF Rui Tavares.
No congresso deste fim de semana, os candidatos e candidatas que vão discursar foram escolhidos em primárias abertas e o Livre é o único partido a adotar esta prática.
"O que quer dizer que não é a direção que os convida a serem candidatos, são pessoas que dão esse passo cívico de se apresentarem aos membros e apoiantes do Livre e a cidadãos que se reveem nos nossos valores e ideais e passarem por um processo de escrutíneo com debates e apresentação de propostas num processo que é diferente e acrescenta pluralidade à democracia portuguesa porque na democracia portuguesa todos podem votar, mas podem ser candidatos aquelas pessoas que as direções - e muitas vezes os secretários-gerais dos partidos - se lembram de escolher. No fundo acabam por ser à volta de 500 pessoas escolhidas por cinco ou seis. Aqui no Livre, de facto, funciona de maneira diferente e isso traz diversidade e riqueza à política", esclareceu o porta-voz do Livre.
Já noutra entrevista, à Lusa, o porta-voz do Livre considerou que eleger dois deputados nas legislativas de março "é pouco", almejando um resultado superior, e voltou a mostrar disponibilidade para integrar um eventual Governo à esquerda.
"Dois deputados é pouco. Nós queremos um grupo parlamentar que seja tão reforçado quanto possível para cumprir com os nossos objetivos eleitorais que são efetivamente de crescer, ter essa representação parlamentar em grupo, que segundo o Regimento da Assembleia da República, nos dá direitos que um deputado único não tem", respondeu Rui Tavares, questionado sobre os objetivos eleitorais do Livre.