Fernando Medina, Mariana Vieira da Silva ou José Luís Carneiro defenderam a abstenção no Orçamento do Estado. Manuel Pizarro pede voto contra
Ao fim de mais de cinco horas de reunião da bancada socialista, Pedro Nuno Santos manteve-se em silêncio perante os microfones dos jornalistas. Dentro de portas, antes de escutar os deputados do PS, o secretário-geral assumiu que não houve acordo com o Governo, mas quer esperar pela entrega do orçamento antes de tomar qualquer decisão.
Está tudo em aberto quanto ao sentido de voto socialista à proposta do Governo, garante a líder parlamentar socialista, Alexandra Leitão, embora Luís Montenegro não tenha acedido às aproximações do PS da última semana.
“Não houve acordo. Neste momento, não há acordo. Mas veremos a decisão quanto ao sentido de voto que, neste momento, não está fechada”, disse.
Pedro Nuno Santos aproveitou para auscultar os deputados do partido, numa reunião que terminou madrugada dentro, depois das 03h00. A divisão existe, embora os relatos feitos à TSF indiquem uma tendência pela viabilização. Ao que a TSF apurou, os antigos ministros Fernando Medina, Mariana Vieira da Silva ou Ana Abrunhosa apelaram à viabilização do documento.
O antigo candidato à liderança do partido, José Luís Carneiro, também pediu uma abstenção, justificando com os recuos do Governo no IRC e no IRS Jovem. No entanto, criticou a estratégia negocial de Pedro Nuno Santos por ter “afunilado” as conversas na questão fiscal.
Pelo voto contra estiveram deputados próximos ao secretário-geral, como João Torres ou Tiago Barbosa Ribeiro, e ainda o antigo ministro da Saúde, Manuel Pizarro, que pediu um cartão vermelho ao Governo.
“O partido é plural e, sobretudo, confluiu numa grande confiança na decisão que o secretário-geral venha a tomar, embora uns achem uma coisa e outros outra”, adiantou Alexandra Leitão, desvalorizando uma aparente divisão entre os parlamentares.
Uma decisão que será conhecida só depois da entrega do Orçamento do Estado e que será anunciada, em primeira instância, à comissão política do PS, a direção alargada do partido, numa reunião com data ainda a definir.