Sociedade

Professores exigem à Universidade do Porto que acabe parcerias com Israel, mas denunciam que "Bruxelas favorece projetos com israelitas"

Amin Chaar / Global Imagens

À TSF, Manuel Loff afirma que "é inaceitável que num contexto das 35 mil mortes em Gaza, da limpeza étnica e do genocído em curso as universidades públicas portuguesas não tomem uma posição"

Solidários com os protestos dos estudantes da Universidade do Porto, professores e investigadores da instituição exigem à reitoria e aos diretores de unidades de investigação que ponham um ponto final em todos os "projetos de colaboração com Israel envolvidos na guerra contra o povo palestiniano". 

Manuel Loff, historiador e professor da Universidade do Porto, é um dos 65 signatários da carta aberta. Em declarações à TSF, afirma que "é inaceitável que num contexto das 35 mil mortes em Gaza, da limpeza étnica e do genocído em curso as universidades públicas portuguesas não tomem uma posição". 

O professor defende que "em nome da ciência não se pode estar a ajudar a um massacre". Manuel Loff recomenda que se siga o caminho da academia espanhola, onde, "por consenso, 50 universidades públicas e 15 universidades privadas decidiram suspender os projetos de cooperação com israelitas até que se faça uma análise caso a caso".
 
Tal passo, naturalmente, teria custos, há muitos milhões de euros envolvidos na lista de parcerias, quase sempre fundos comunitários e é aí que, segundo o professor, o problema começa.  

"Na maioria dos concursos abertos para financiar investigação científica, favorece-se a articulação com institutições israelitas", uma "discriminação positiva" que, no entender de Manuel Loff, "é inconcebível" por se tratar de dinheiros dos contribuintes europeus e Israel nem sequer faz parte da União Europeia. 

Dora Pires