Sociedade

Cadeia do Linhó continua sem água. Apoio ao recluso diz que “é um problema de gravidade extrema”

Já anteriormente Vítor Ilharco descreveu à TSF o cenário na cadeia do Linhó como "insustentável e desumano" Unsplash

Desde domingo que nada corre nas torneiras do estabelecimento prisional, onde estão 500 reclusos, devido a um problema de canalização. O dirigente da Associação de Apoio ao Recluso está em contacto com os prisioneiros e diz à TSF que a “situação tem de ser revertida imediatamente”

Não dá para tomar banho, puxar o autoclismo ou até tomar um comprimido. É este o cenário desde domingo, dia 15 de dezembro, na cadeia do Linhó, no município de Cascais.

O dirigente da Associação Portuguesa de Apoio ao Recluso (APAR), Vítor Ilharco, conta à TSF que na quinta-feira, por volta das 19h00, cada prisioneiro recebeu uma garrafa e um balde, sendo este último para usar principalmente nas sanitas. 

Vítor Ilharco está preocupado com a situação e que é fácil de entender a razão: “500 pessoas sem poder tomar banho, sem poder lavar a cara, sem poder ter água na sanita e sem água para beber é um problema de uma gravidade extrema na dentro daquela cadeia. Há muita gente doente, é gente que tem de tomar os comprimidos a seco. Essa situação tem de ser revertida imediatamente.

Também na quinta-feira de manhã, em resposta à TSF, a Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais garantia que havia abastecimento de água, ainda que nem todos possam ter água ao mesmo tempo e com a pressão adequada. A DGRSP acrescentava que estavam a decorrer trabalhos, mas que podia existir cortes seletivos e temporários no abastecimento. 

Vítor Ilharco, que está em constante contacto com os prisioneiros, diz que tem ouvido outra versão. “A informação que nós temos, e estamos em contacto direto com vários reclusos que nos telefonam constantemente, é que não há água nas torneiras. [Na quinta-feira] Realmente, [durante] um ou três minutos houve água, mas imediatamente [depois] houve outra rutura. Quando foi o fecho do estabelecimento prisional, por volta das 19h00, ainda não havia água”, sublinha.  

O dirigente da APAR destaca ainda que, apesar desta situação, os reclusos ainda não fizeram motins e tem mantido um comportamento exemplar

Já anteriormente Vítor Ilharco descreveu à TSF o cenário na cadeia do Linhó como "insustentável e desumano".

Inês Cortez