Economia

Vendas de veículos ligeiros desceram 23,9%

Indústria Automóvel dr

As vendas de automóveis ligeiros novos desceram 23,9% nos primeiros cinco meses do ano, face ao período homólogo, afirmou à Lusa a associação de comerciantes, que admite que o sector vive «momentos de grande dificuldade».

São muitos os factores que determinam a situação de quebra das vendas de veículos automóveis novos, desde logo o rendimento das famílias, mas também o baixíssimo índice de confiança. «Quando as pessoas vivem numa incerteza sobre o futuro, não fazem compras com impacto financeiro para os anos seguintes», explica Jorge Nunes da Silva, da Associação Nacional das Empresas do Comércio e Reparação Automóvel (Anecra).

O contínuo aumento dos preços dos combustíveis, o aumento dos impostos, a alteração ao sistema de incentivo aos veículos em fim de vida, as alterações das taxas com incidência no preço dos veículos, tudo isto afecta o sector automóvel.

Os responsáveis da Anecra estão também preocupados com o crescimento da economia paralela no sector da reparação.

«Não temos números, esta deve ser uma preocupação da ASAE, porque é uma actividade económica sem controlo, que foge aos impostos e afecta a concorrência leal», diz Nunes da Silva.

Perante a situação que se vive no sector, o secretário-geral da Anecra afirma que se vai mudar o paradigma português quanto à compra e venda de veículos automóveis particulares.

«Há uns anos as pessoas trocavam de carro, em média, de quatro em quatro anos, com o cenário que vivemos acredito que daqui a alguns anos os portugueses passarão a trocar de veículo de dez em dez, ou de 11 em 11 anos», concluiu.