Ao Económico, a secretária de Estado do Tesouro disse que, esta manhã, no Parlamento, vai defender que liquidar o BPN custaria três vez mais ao Estado do que o encargo com a venda ao BIC.
A secretária de Estado do Tesouro e Finanças, Maria Luís Albuquerque, vai esta manhã de quarta-feira, ser ouvida na comissão parlamentar do Orçamento e Finanças para responder às críticas da oposição parlamentar sobre a venda do BPN.
Em antecipação, a secretária de Estado garantiu ao Diário Económico (DE) que fechar o BPN implicava um prejuízo de 1500 milhões de euros.
Nestas declarações, sublinha que a Caixa Geral de Depósitos (CGD) deu garantias ao BPN no valor de 1400 milhões de euros,, que em caso de liquidação do banco passava a ter um impacto directo no défice deste ano.
Além disso, Maria Luís Albuquerque lembra que para fechar o BPN, o Estado tinha ainda de pagar uma limitação de 100 mil euros imposta pelo fundo de garantia dos depósitos.
Assim, e feitas as contas, a secretária de Estado conclui que liquidar o BPN ia custar três vezes mais, uma vez que a venda ao BIC implica um reforço de 550 milhões de euros no capital do Banco Português de Negócios.
Ao DE, Maria Luís Albuquerque destaca ainda os custos indirectos de fechar o BPN: perdiam-se 1500 postos de trabalho e o Estado ia ter custos sociais com os funcionários.
No entanto, nestas contas ficam de fora os valores que o Estado vai ter que pagar em indemnizações aos 750 funcionários do banco, uma vez que o BIC se compromete apenas a assegurar metade dos postos de trabalho.
Maria Luís Albuquerque não refere também os eventuais prejuízos com os activos que continuam nas mãos do Estado, uma carteira de créditos e investimentos superior a dois mil milhões de euros que podem ou não vir a ser recuperados.