O advogado de Armando Vara entende que as escutas introduzidas agora a pedido do Ministério Público no processo Face Oculta não têm qualquer interesse.
O juiz interrompeu, esta sexta-feira, o interrogatório a José Penedos, ex-presidente da REN, para que todos os advogados da defesa pudessem ouvir as escutas.
As escutas, que foram ouvidas à porta fechada, sem a presença dos arguidos, do público e de jornalistas, remontam a Junho de 2009 e dirão respeito a tentativas para demitir o presidente do conselho da administração da CP, Cardoso dos Reis, que Armando Vara terá conseguido impedir através de um contacto directo com o então primeiro-ministro José Sócrates.
Depois disso, o advogado de Armando Vara, Tiago Rodrigues Bastos, afirmou que as escutas, mesmo que sejam agregadas ao processo, não prejudicam o seu cliente.
«O que eu ouvi justifica a posição que já tomei sobre a matéria. Todos nós já sabíamos, com mais ou menos palavra, o que lá está. Já veio em resumo nos autos e em páginas de jornais e não adianta rigorosamente nada. Salvo melhor opinião não tem interesse para o processo», disse.
O advogado considerou ainda que «as novas escutas não têm interesse nenhum para o processo».
Na interpretação de Tiago Rodrigues Bastos, «novas provas para o processo só devem ocorrer quando alguma coisa de novo o justifique».
O julgamento prossegue terça-feira com o interrogatório a Lopes Barreira, a menos que este arguido não possa estar presente por razões de saúde. Se assim for, o julgamento avança com o interrogatório a António Paulo Almeida Costa e José Contradanças, porque José Penedos só pode voltar ao tribunal quarta-feira.