Economia

Banca portuguesa necessita de quase 600 ME adicionais, diz troika

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A troika detectou na banca portuguesa quase 600 milhões de euros de necessidades adicionais. O número diz respeito a Junho e é o primeiro resultado de uma auditoria a oito bancos portugueses.

No final de Junho os bancos nacionais tinham de registar quase 600 milhões de euros nos balanços.

Estas imparidades, ou seja, a contabilização de activos que afinal valem menos do que se pensava, decorrem da avaliação da carteira de créditos das instituições financeiras, quando os créditos têm maior risco do que o previsto ou quando as garantias entregues afinal valem menos. Há que registar esses valores semelhantes a prejuízos nas contas dos bancos.

A fotografia, que o Banco de Portugal tirou com a ajuda dos bancos centrais espanhol e belga e com as consultoras PricewaterhouseCoopers e Ernst & Young, mostrou que as imparidades de crédito brutas eram de 838 milhões de euros, mas os bancos já tinham reservado 242 milhões desse valor para esse fim.

Por isso, as necessidades líquidas são de 596 milhões de euros, o que representa 0,2 por cento do total de crédito.

Esses dois euros por cada mil emprestados já diminuíram desde o final de Junho. Depois dessa data, os bancos já reservaram mais de 200 milhões para fazer face a essas necessidades.

Esta fotografia das carteiras de crédito em Junho foi feita analisando os 50 maiores clientes bancários e uma amostra dos créditos com maior risco de entre os restantes clientes.

Este é um dos três factores que podem pressionar a banca a recorrer ao fundo da troika de 12 mil milhões de euros.

Os outros dois são as necessidades anunciadas na semana passada pela Agência Bancária Europeia de sete mil milhões de euros de necessidades de reforço de capital dos bancos portugueses e os objectivos impostos pela troika no que diz respeito aos rácios de solidez financeira que os bancos têm de atingir já no final do mês.