Economia

Nobel da Economia diz que a austeridade só agrava a crise

Joseph Stiglitz Reuters

O prémio Nobel da Economia em 2001, Joseph Stiglitz, diz que a austeridade só agrava a crise e que um cenário de incumprimento financeiro de um dos países europeus não seria o apocalipse.

«A Europa tem que perceber que a austeridade não é a resposta. As medidas com base na austeridade simplesmente vão agravar o problema», considerou Joseph Stiglitz, que se encontra esta quarta-feira no congresso da Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição, em Lisboa.

O economista entende que as reformas estruturais são importantes, mas não resolvem o problema e algumas até podem enfraquecer a economia. Na opinião do especialista, reduzir salários e privatizar também não é a solução.

«As recessões profundas não são boa altura para vender activos. Quando isso acontece não é muito bom», opinou.

O antigo director do Banco Mundial acrescentou que as dívidas da Grécia têm que ser alvo de uma reestruturação profunda, defendeu um papel mais activo do Banco Central Europeu (BCE) e disse que a recapitalização dos bancos é positiva.

«A Europa vai ter de dar assistência e há varias formas de o fazer. O Banco Europeu de Investimento (BEI) pode apostar em projectos nos países para estimular a economia. Deveria ser criado um fundo europeu solidário para a estabilização para os novos membros que venham a integrar a Zona Euro», defendeu.

O Nobel da Economia sugeriu ainda que «os eurobonds são outra forma de facilitar o financiamento utilizando a força colectiva da Europa».

Para Joseph Stiglitz, não faz sentido falar em confiança dos mercados se as políticas dos governantes não derem confiança às pessoas e às empresas.