Política

Carvalho da Silva recolhe elogios da esquerda mas também da direita

Carvalho da Silva Direitos Reservados

Na véspera do arranque do congresso da CGTP, a TSF ouviu várias personalidades, entre as quais algumas da esquerda e outras da direita, sobre Carvalho da Silva.

O padre Victor Milicias, que conviveu com o secretário-geral da CGTP no Conselho Económico e Social, identificou-o como um homem de causas, firme, sereno e inteligente.

O activismo e a determinação de Carvalho da Silva marcam a história da democracia, por isso, Victor Milicias entende que o sindicalista deve ser homenageado por ser um «grande cidadão» e um «grande lutador».

Mesmo antes dos 60, Carvalho da Silva doutorou-se com nota máxima numa tese sobre a centralidade do trabalho e acção colectiva.

«Já há pessoas que andam a fazer teses de doutoramento com base na tese de Carvalho da Silva», inclusive no Brasil, disse Silva Peneda, falando num «homem com valor pessoal indiscutível».

O social-democrata Silva Peneda leva anos de relacionamento com Carvalho da Silva, desde a altura em que cada um deles se sentava do lado da frente da mesa de concertação social, o primeiro enquanto ministro e o segundo enquanto sindicalista.

O ex-governante falou num negociador duro e leal, com «grande categoria e com conhecimentos técnicos, aos quais a própria equipa do ministério reconhecia valor».

As diferenças políticas que subsistem não turvam simpatia pessoal nem o interesse comum pela cozinha com troca de receitas entre os dois.

Com Mário Nogueira, da Federação Nacional dos Professores (FNE), Carvalho da Silva fez imensos quilómetros, numa intensa actividade sindical com conversas em dia ao volante.

O mérito de ouvir todos e tentar a síntese é condensado pelo socialista Carlos Trindade, citando Carvalho da Silva: «Somos todos iguais mas somos todos diferentes, portanto temos de saber gerir isto».