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Ramos-Horta candidato a segundo mandato

Ramos-Horta Reuters

O presidente timorense anunciou, esta terça-feira, que se vai recandidatar ao cargo de chefe de Estado nas eleições de 17 de Março, mas sublinhou que não fará campanha eleitoral.

«Decidi então depois de muita reflexão, última reflexão aqui simbolicamente na igreja de Motael, submeter o meu nome também à eleição de 2012, à eleição presidencial», afirmou José Ramos-Horta.

Segundo José Ramos-Horta, a sua decisão foi tomada depois de muita reflexão e de ter ouvido milhares de timorenses e «amigos no estrangeiro, nomeadamente na Indonésia, Austrália, Portugal e outros países».

José Ramos-Horta disse que não fará campanha eleitoral e que se o povo não o conhece depois de quase 40 anos a servir o país é porque não deverá ser eleito.

«Não vou fazer campanha, mas os pés descalços, as mães, as irmãs vão fazer campanha por mim. Eu não posso impedi-los, mas eu não vou correr o país. São só duas semanas. Quem não conhece o país, não é em duas semanas que vai percorrer o país», disse.

«Se eu ao fim de quase 40 anos a servir o país, 10 anos desde a independência como ministro dos Negócios Estrangeiros, como primeiro-ministro, como Presidente ainda tenho de fazer campanha para dizer quem sou eu, algo está mal comigo e então não deverei ser eleito», explicou.

José Ramos-Horta, cuja candidatura é entregue esta terça-feira ao Supremo Tribunal de Recurso, afirmou também que aguarda as «eleições com total serenidade e o veredicto do povo».

Em relação aos outros candidatos às presidenciais de 17 de Março, o Presidente timorense disse ter um «enorme respeito» por todos, salientando o general Taur Matan Ruak, o presidente da Fretilin, Francisco Lu Olo Guterres, e o presidente do parlamento nacional, Francisco La Sama de Araújo.

«Ambos refletem o heroísmo o patriotismo dos timorenses e qualquer um deles, se vierem a ser eleitos, incluindo o actual presidente do parlamento e presidente do Partido Democrático, Fernando La Sama de Araújo, (...) terão um aliado, um amigo, um colaborador incondicional, fiel, para que juntos possam continuar a garantir a estabilidade de Timor-Leste, a continuidade da nossa democracia, a continuidade da nossa prosperidade», disse.

Caso venha a ser eleito, José Ramos-Horta disse que vai eleger como prioridade absoluta a continuação da reforma, modernização e profissionalização das forças de defesa e segurança, bem como as vias de comunicação, saúde e a educação, principalmente ao nível do pré-escolar.

O Presidente timorense disse também acreditar que os candidatos às eleições presidenciais vão dar «uma lição ao mundo» pelo comportamento que vão ter durante a campanha eleitoral.