Política

PCP e PS criticam afirmações do ministro da Defesa

Durante um debate sobre projectos do PCP, BE e PEV para amnistiar militares envolvidos em acções ligadas ao associativismo, PCP e PS criticaram as declarações do ministro Aguiar-Branco.

O Parlamento debateu, esta tarde, várias propostas para amnistiar as infracções disciplinares cometidas por motivo de associativismo nas Forças Armadas.

A maioria PSD/CDS e o PS vão chumbar a amnistia, embora o deputado socialista e antigo secretário de Estado da Defesa, Marcos Perestrelo tenha elogiado o contributo dado pelas associações sindicais nas Forças Armadas.

«Melhor do que ninguém os chefes militares têm sabido compreender e aproveitar esse contributo que as associações sócio-profissionais dão para a coesão e para a disciplina nas Forças Armadas. Pena é que, a julgar pelas declarações ontem proferidas pelo ministro da Defesa, o senhor ministro não tenha também esse papel e não assuma também esse desidrato», contestou Marcos Perestrelo.

Mais duro na crítica, o deputado comunista António Filipe criticou as afirmações do ministro da Defesa, que durante uma conferência, considerou que «tal como existem as Forças Armadas não são sustentáveis» defendendo a realização de reformas.

«Não são as Forças Armadas portuguesas que são insustentáveis. As aquisições decididas pelo ministro Paulo Portas na lei da programação militar serão insustentáveis, o escândalo dos milhares de milhões de euros de contrapartidas que não foram cumpridas e que nem os governos do PS, PSD e CDS mexeram um palha para que fossem cumpridas é de certo insustentável», defendeu.

«Deixar cair o arsenal do Alfeite ou os estaleiros navais de Viana do Castelo é insustentável, pensar que as Forças Armadas podem funcionar sem que haja promoções, é seguramente insustentável. Ter uma Força Área sem condições para voar, uma marinha de guerra sem condições para navegar, um Exército sem efectivos para funcionar é certamente insustentável. As Forças Armadas portuguesas não são insustentáveis», acrescentou António Filipe.