O CDS-PP defendeu hoje que Portugal deve concentrar-se no pagamento da dívida e considerou que a carta assinada por 12 primeiros-ministros europeus está «comprometida» com uma agenda «profundamente liberal».
Depois da audiência com o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, em São Bento, no âmbito da preparação do Conselho Europeu desta semana, o eurodeputado Nuno Melo defendeu que não se deve falar em renegociação do acordo com troika.
«Quanto mais depressa pagarmos a dívida que temos, mais depressa podemos reclamar essa que é a parcela exacta da nossa soberania, que nos dá credibilidade e nos afirma de corpo inteiro na Europa. Portanto acho que essa é uma questão que neste momento não se deve pôr», frisando que Portugal tem tido o discurso certo no momento certo, numa conjuntura que é difícil», afirmou o eurodeputado Nuno Melo.
Relativamente à carta assinada por 12 primeiros-ministros europeus, Nuno Melo atribuiu-a sobretudo à iniciativa do primeiro-ministro britânico, David Cameron, referindo que «que toda a gente sabe que a Inglaterra não está neste momento propriamente no centro da construção europeia do ponto de vista decisivo».
«A Inglaterra, tal qual a República Checa, colocaram-se à margem deste acordo que vai ser subscrito no próximo dia 2 e, colocando-se à margem, deixou de ser uma voz à volta da qual gravite o essencial de todo este processo de construção europeia. Acho que Portugal está nesse centro, onde tudo importa, num discurso que é europeu, querendo chegar a algum lado», sustentou.
A carta, que o Presidente da República, Cavaco Silva, elogiou tem, para o CDS um tom muito «proclamatório».