Os médicos da Unidade de Saúde do Pragal admitem fazer apenas consultas urgentes a partir de segunda-feira, caso não seja resolvido um problema informático que se arrasta há dois meses.
Num manifesto fixado à porta da unidade de Saúde Familiar (USF) São João do Pragal, em Almada, os profissionais de saúde denunciam a impossibilidade de acesso aos dados clínicos dos utentes por só disporem de processo clínico eletrónico, atrasos sucessivos nos vários setores de atendimento e a diminuição da qualidade dos serviços prestados pela unidade de saúde familiar.
Afirmando-se determinados a não deixar arrastar o problema já reportado aos diferentes níveis dos serviços de saúde, os profissionais da unidade do Pragal dizem que caso a situação não esteja normalizada até à próxima segunda-feira, prometem deixar de utilizar os três sistemas de informação disponíveis e realizar apenas consultas de caráter urgente.
Contactado pela TSF, o diretor do agrupamento dos centros de saúde de Almada classificou a situação que afeta 12 unidades de saúde de inaceitável. Uma falha do sistema informático que, apesar de não ocorrer em simultâneo em todas as unidades, se repete e prolonga deixando médicos, enfermeiros, administrativos e utentes desesperados.
Luís Marquês - que não aceitou gravar - sublinhou que a situação é grave, adiantando que os médicos ficam cegos na consulta porque impossibilitados de ter acesso aos dados clínicos dos doentes e os utentes ficam irritados porque o tempo de espera é muito superior.
Há pelo menos duas reclamações formalizadas por utentes da Unidade de Saúde de São João do Pragal, mas as queixas repetem-se quase todos os dias nas várias unidades de saúde. Estima-se que ao todo o concelho de almada conte com mais de 180 mil utentes.
À TSF, a administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo confirmou ter conhecimento da situação, adiantando que está a procurar com quem trata do sistema informático resolver o problema com a maior brevidade possível.