Garcia Leandro, antigo vice-chefe do Estado-maior do Exército, lembrou que o «helicóptero de combate dá a terceira dimensão aos exércitos» e que não o ter resulta numa «redução das capacidades de um exército em combate».
O general Garcia Leandro considera que o Governo ao desistir do programa de compra dos helicópteros NH90 não está a dizer que não precisa destes aparelhos, mas sim que não tem dinheiro para os adquirir.
Ouvido pela TSF, este ex-vice-chefe do Estado-maior do Exército lembrou que o «helicóptero de combate dá a terceira dimensão aos exércitos», uma vez que é um «carro de combate com asas».
«É uma capacidade de fogo enorme, vem de cima, pode passar para o lado de lá das tropas inimigas, atua em qualquer zona e tem capacidade de transporte e tem velocidade», recordou.
Para Garcia Leandro, o facto de um exército não ter estes helicópteros resulta numa «redução das capacidades de um exército em situação de combate».
Garcia Leandro explicou ainda que o processo de compra destes helicópteros arrasta-se desde 1996 e foi «lançado no tempo do general Sequeira Rocha enquanto chefe do Estado-maior do Exército».
«Enquanto vice-chefe do Estado-maior do Exército, em 2000/2001, lembro-me perfeitamente que esse processo teve um grande avanço com as instalações na base aérea de Tancos e com a preparação do pessoal de manutenção em pilotos», tendo nessa altura sido enviado «um oficial para França para acompanhar o projeto», adiantou.
«Mas o que está aqui em causa é um encontro entre necessidades de carácter estrutural e táticas de um exército e capacidades financeiras de um Estado», concluiu.