O Observatório de Economia e Gestão de Fraude diz que os 43,3 milhões de euros que fugiram ao fisco em 2011 poderiam formar um monte de notas de cem euros de 8,5 quilómetros de altura.
A economia paralela atingiu mais um recorde histórico em portugal, ao subir de 24,8 para 25,4 por cento do PIB entre 2010 e 2011, indicam dados do Observatório de Economia e Gestão de Fraude, da Faculdade de Economia da Universidade do Porto.
O presidente deste observatório indicou que os mais de 43,3 mil milhões de euros que escaparam ao Fisco em Portugal seriam equivalentes a um monte de notas de cem euros de 8,5 quilómetros de altura, a mesma do Monte Evereste, o mais alto do mundo.
Tendo em conta que é o setor dos serviços que mais contribui para a economia paralela em Portugal, Carlos Pimenta lembrou que este problema não se combate pedindo apenas fatura nos cabeleireiros ou nos cafés.
«Provavelmente, o que mais causa fuga ao fisco não é a falta de fatura, mas as faturas a mais. É a fraude carrossel, com a intervenção de várias empresas a nível europeu para receberem IVA em vez de pagarem», lembrou.
Carlos Pimenta recordou também que a «existência de faturas para empresas fantasma que visam apenas reduzir receita ou aumentar custos» é outros dos problemas que causa evasão fiscal.
«São as subfaturações e as sobrefaturações, conforme a conveniência, para manipular preços de transferências entre empresas que são do mesmo grupo», apontou este responsável como outros dos motivos para a fuga ao fisco.
Para atingir estes alvos, o vice-presidente deste observatório defendeu a imposição do «crime por enriquecimento ilícito, uma maior fiscalização de empresas fantasma e o combate à informação privilegiada e ao branqueamento de capitais».
Apesar de considerar que a eliminação da economia paralela ser um objetivo utópico, o estudo deste observatório indica que se a fuga ao fisco baixasse para o nível da OCDE e se fosse aplicada uma taxa média de impostos por 20 por cento, o défice em 2011 teria sido de 2,2 por cento em vez de 4,2 por cento do PIB.