O PS domina o concelho de Matosinhos desde 1976, mas uma escolha de candidato polémica pode implicar a perda deste bastião socialista. O repórter Joaquim Ferreira foi escutar, um a um, os candidatos a Matosinhos.
Em Matosinhos, concelho governado há 37 anos pelo Partido Socialista, o cenário das autárquicas de há quatro anos repete-se, ainda que com protagonistas diferentes.
Há um candidato apoiado pelo PS, António Parada, e um candidato eleito presidente da câmara pelo PS, Guilherme Pinto, que agora vai a votos como independente.
Para António Parada o caso explica-se facilmente. Os militantes socialistas escolheram agora um candidato diferente. Trata-se apenas de respeitar essa escolha.
Já Guilherme Pinto, o presidente da câmara em funções e que está seguro que vai ganhar com maioria absoluta no dia 29, diz que avançou como independente para responder à incompetência que tomou conta do partido.
O PSD tem como candidato em Matosinhos o antigo deputado do partido, Pedro Vinha da Costa. Diz que nada de substancial separa António Parada e Guilherme Pinto e apresenta-se, por isso, como a verdadeira alternativa.
O candidato do CDS, Manuel Maio, que preside à junta de freguesia de Ramalde no Porto, lamenta que a mediatização do conflito no interior do PS em Matosinhos esteja a impossibilitar o debate sobre o que verdadeiramente importa.
Umas eleições mediatizadas pelas piores razões é também essa a opinião de José Pedro Henriques, candidato da CDU que aponta o dedo ao PSD e ao PS.
A CDU traça como objetivo recuperar o vereador perdido em 2009.
Pelo CDS, o presidente da junta de Ramalde no Porto, acredita na vontade de mudança dos eleitores para conseguir a eleição para o executivo municipal.
Fernando Queiroz, do Bloco de Esquerda, que repete a candidatura de há quatro anos, também traça como objetivo a eleição de um vereador.
Mais do que garantir um lugar de vereador, Orlando Cruz, o candidato do PTP, diz que vai a votos com o objetivo de se sentar na cadeira da presidência.
Este candidato já sofreu um revés. Teve de alterar a estratégia de campanha. Diz que foi obrigado a isso pela polícia.
Orlando Cruz promete apenas trabalho e não vai fazer promessas. Diz, ainda assim, que a sua primeira prioridade será retirar o metro da superfície da Rua Brito Capelo.
Para o próximo mandato os candidatos à câmara de Matosinhos sublinham a necessidade de prestar atenção às questões sociais, aparecendo o desemprego no topo das prioridades.
Em Matosinhos em 2009, o ano das ultimas autárquicas, havia quase 8 mil desempregados registados nos centros de emprego. Um número que é agora de 13500.
O Porto de Leixões e uma parte dos terrenos do aeroporto Francisco Sá Carneiro representam para o concelho uma importante vantagem estratégica. A indústria conserveira , a pesca e a restauração são sectores ainda com um peso muito significativo na economia de Matosinhos.