O presidente do BPI disse que Pinto Monteiro e Noronha do Nascimento deviam ter dito que eram amigos de José Sócrates e não deviam ter emitido decisões sobre o ex-primeiro-ministro.
O presidente do BPI considerou, esta quarta-feira, que Portugal não está em condições de «dar lições» a Angola e defendeu que o ministro português dos Negócios Estrangeiros esteve bem ao pedir desculpas por investigações feitas a autoridades angolanas.
Ao apresentar os resultados do BPI dos primeiros nove meses de 2013, Fernando Ulrich lembrou que Pinto Monteiro e Noronha do Nascimento assumiram ser «amigos pessoais de alguém [José Sócrates] sobre o qual tomaram decisões».
Aludindo ao facto do ex-procurador-geral e do atual presidente do Supremo Tribunal de Justiça, na apresentação de um livro de Sócrates, terem assumido esta posição, Ulrich defendeu que estes «não tiveram o cuidado de dizer que, por serem amigos pessoais, não podiam participar das decisões».
O presidente do BPI aproveitou ainda para lembrar que, em dez anos de liderança deste banco, que tem uma parte importante do negócio em Angola, nunca assistiu a um caso de corrupção.
«Nunca ninguém me ofereceu um cêntimo para fazer o que quer que seja em Angola e nunca ninguém me pediu um cêntimo a mim ou ao banco para fazer o que quer que seja. Portanto, não consigo entender como há tenta gente que vem dar lições de moral», sublinhou.
Sobre as declarações de Rui Machete em que este pediu desculpas a Angola, Ulrich considerou que estas «foram do mais elementar bom senso para um ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal».
«Quando temos oportunidades para fazer coisas que vão trazer benefício para muitos milhões de portugueses, vamos logo destruir porque descobrimos logo não sei o quê», concluiu o presidente do BPI, que falou em «clima de suicídio coletivo».