A coordenadora do Bloco de Esquerda afirmou na sexta-feira, no jantar que assinalou o 15º aniversário do partido, que «a pós-troika é troika» e que «austeridade será mais e mais forte».
Catarina Martins salientou que o vice-primeiro-ministro, Paulo Portas, e a ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, vieram ontem anunciar, em conjunto, «mais austeridade em 2015».
A coordenadora do loco de Esquerda (BE) frisou que «a propaganda não esconde a realidade» e advertiu que, na questão da troika e do pós-troika, o Governo prepara as «pancadas mais fortes» para «depois das eleições».
Num evento em que discursaram ainda Luís Fazenda e Marisa Matias, esta última cabeça de lista do BE às eleições europeias, Catarina Martins criticou a política de «cortes e mais cortes na vida de quem trabalha» e a passividade do Presidente da República, Cavaco Silva, que «deixa passar» diplomas sucessivos, permitindo que «o excecional se torne regra» e não recorrendo ao Tribunal Constitucional.
«A nossa luta é a luta pela dignidade», enfatizou a coordenadora do BE, apontando a precarização do trabalho, a «prepotência contra os desempregados» e a "emigração" como problemas concretos que têm que ser resolvidos, apelando à junção de forças contra o tratado orçamental.
Marisa Matias considerou que a chamada política de consolidação orçamental «é o caminho mais direto para a destruição do Estado social» e criticou que o ex-ministro das Finanças Vítor Gaspar, que se demitiu por não ter condições para cumprir as metas orçamentais, venha agora a ser nomeado pelo FMI para as questões orçamentais.
A candidata do BE às próximas europeias disse ainda ser preciso «derrotar o tratado orçamental que é a troika depois da troika».