Já sobre a carga fiscal, o primeiro ministro garante que o Governo está a trabalhar para aliviar os impostos mas só se as condições do país o permitirem.
O primeiro-ministro afirmou hoje que espera tomar a «muito breve prazo» uma decisão sobre o aumento do salário mínimo nacional, mas defendeu a necessidade de um «consenso» quanto à sua atualização, que deve estar ligada ao crescimento da produtividade.
«Creio que os parceiros sociais, de um modo geral, têm dado um contexto construtivo para esse diálogo e nós esperamos a muito breve prazo poder tomar uma decisão nessa matéria, na certeza de que teremos de encontrar aqui um consenso quanto ao que devem ser atualizações futuras do valor do salário mínimo nacional que tem que estar relacionado com o crescimento da produtividade no país», disse Pedro Passos Coelho.
O também líder do PSD falava aos jornalistas em Ansião, distrito de Leiria, antes do Conselho Nacional do PSD.
Para Pedro Passos Coelho, as atualizações do salário mínimo nacional não devem estar relacionadas «com outros aspetos que, por mais justos» que possam parecer à primeira vista, «sejam totalmente irrealistas e ponham em causa o crescimento do emprego e a sustentabilidade das empresas, sem o que não haverá salários nenhuns que possam ser assegurados na economia».
Notando que atualmente existem condições que não havia «nestes últimos três anos para poder fazer uma revisão do salário mínimo nacional», o chefe do Governo reiterou que essa revisão tem de ser feita «de forma a não pôr em perigo a sustentabilidade das empresas e, portanto, não gerar desemprego para futuro».
Nestas declarações, o primeiro-ministro falou também sobre a carga fiscal para garantir que o Governo está a trabalhar para aliviar os impostos mas só se as condições do país o permitirem.
«Não há ninguém no Governo que não esteja a trabalhar firmemente para esse propósito ser alcançado. Se teremos ou não condições, já em 2015, para remover algumas destas medidas de caráter extraordinário - uma vez que outras já começámos a remover - é uma questão que a realidade nos dirá se é possível ou não», afirmou Pedro Passos Coelho, em Ansião, no distrito de Leiria.
«Seja como for, o nosso propósito tem que ser só um, fazê-lo de acordo com a realidade do país, para não acontecer em Portugal o que aconteceu em 2009, quando em vésperas de eleições um Governo entendeu que devia baixar os impostos, subir os ordenados na função pública e passado dois anos estávamos a pedir ajuda externa», continuou Passos Coelho, afiançando que isso não fará «seguramente».
Questionado se uma eventual descida da sobretaxa de IRS é uma medida eleitoralista, Pedro Passos Coelho respondeu que «será eleitoralista» se o país não tiver condições «reais, materiais para o fazer».
Explicando que algumas das medidas fiscais «começam a ser removidas em 2015», como os cortes salariais na função pública que «serão consideravelmente menores do que nos anos anteriores», o primeiro-ministro adiantou que sobra «ainda para regularizar medidas extraordinárias como a sobretaxa do IRS, a sobretaxa» para os produtos e para a produção energética, para o sistema financeiro e que impedem ainda sobre as pensões douradas.