O executivo considera que a televisão pública não deve intrometer-se na disputa por transmissões dos jogos porque é uma empresa em dificuldades financeiras.
O ministro da Presidência afirmou hoje que o Governo discorda da compra de direitos de transmissão de partidas de futebol pela RTP, e deu orientações nesse sentido no passado, cabendo agora ao Conselho Geral da empresa estatal pronunciar-se.
Questionado se o Governo deu aval à entrada da RTP no concurso para adquirir os direitos de transmissão dos jogos da Liga dos Campeões, Luís Marques Guedes respondeu que, «neste momento, por opção deste Governo, foi aprovada já legislação no sentido de desgovernamentalizar as orientações que são dadas à empresa de rádio e televisão».
Quanto à opinião do Governo, o ministro da Presidência e dos Assuntos Parlamentares alegou que é conhecida: «Foi este Governo, quando as orientações ainda eram dadas por si, e não desgovernamentalizadas, que deu orientações muito claras no sentido de que a RTP se afastasse desse tipo de concorrência com outros operadores».
Segundo Marques Guedes, «os dinheiros públicos, do ponto de vista do Governo, não deveriam ser aplicados» na compra de direitos de transmissão de jogos de futebol.
«Numa empresa que, ainda por cima, tem dificuldades financeiras e num país que atravessa as dificuldades financeiras que atravessa, não deveria ser o operador público de serviço público a intrometer-se nesse mercado. E foram essas as orientações que o Governo deu quando a responsabilidade era sua», reforçou.
O Conselho de Administração da RTP emitiu quarta-feira um comunicado referindo que o concurso para adquirir os direitos de transmissão dos jogos de futebol da Liga dos Campeões «está ainda a decorrer», depois de ter sido noticiado que a estação pública tinha vencido o concurso, com uma proposta de cerca de 18 milhões de euros.
«Estranha-se, contudo, que sob forma anónima seja atribuída uma suposta vitória da RTP, com valores que nada têm a ver com os constantes da nossa proposta», lê-se no mesmo comunicado.