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Centenas de polícias viraram as costas ao presidente da Câmara de Nova Iorque (vídeo)

REUTERS/Shannon Stapleton

O chefe da polícia de Nova Iorque criticou hoje os agentes que viraram as costas ao presidente da câmara durante o seu discurso no funeral de um colega, admitindo que o conflito com o autarca vai continuar.

Numa entrevista na televisão, William Bratton classificou de «muito inapropriado» o gesto de um amplo grupo de agentes, que se virou de costas quando o 'mayor', Bill de Blasio, discursava no funeral de Rafael Ramos, um de dois polícias assassinados na semana passada em Brooklyn, Nova Iorque.

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«Obviamente não apoio essa ação de ontem [sábado]», disse o chefe da polícia nova-iorquina, que lamentou que os agentes levassem o diferendo a um contexto como o funeral de um colega.

Bratton admitiu que o atual conflito que opõe os sindicatos da polícia e as autoridades da cidade se prolongue por algum tempo.

Nas últimas semanas, representantes policiais criticaram abertamente De Blasio, acusando-o de falta de apoio perante os protestos contra casos de violência.

Alguns polícias chegaram a acusar o autarca de ter «sangue nas mãos», após o assassínio dos dois agentes, na semana passada, por um homem com problemas mentais que disse querer vingar a morte de afro-americanos, às mãos de agentes.

No entanto, Bratton considerou, numa outra aparição na televisão, que grande parte do conflito tem pouco a ver com «relações raciais na cidade» e mais com outros assuntos, nomeadamente as negociações dos salários do corpo policial.

O responsável também considerou que os problemas entre a polícia e algumas comunidades não se circunscrevem a Nova Iorque e estão relacionados, em grande medida, com dificuldades socioeconómicas.

«Neste momento somos a ponta do icebergue. Isto tem a ver com as taxas de pobreza, com a crescente disparidade entre ricos e pobres, e com o desemprego», defendeu.