De 65 mil toneladas em 2008 para apenas 15 mil em 2014. Pesca de sardinha atingiu mínimos no último ano. Pescadores voltam a pescar sardinha em março e falam numa situação social e económica difícil.
A pesca da sardinha caiu perto de 80% nos últimos seis anos em Portugal. A culpa é da falta da espécie no mar português que obrigou governo e cientistas do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) a limitar as cotas. Depois de 6 meses de proibição, os pescadores estão confiantes e esperam uma 'explosão' na população de sardinha.
O Parlamento discute hoje três propostas da oposição para aumentar os apoios ao sector. À TSF, o presidente da Associação Nacional das Organizações de Produtores da Pesca do Cerco admite que situação é grave. Contudo, mais do que apoios, Humberto Jorge quer acima de tudo que os pescadores voltem a apanhar sardinha.
O regresso está previsto para 1 de março e existe optimismo, esperando-se mesmo um "baby boom" na população de sardinha na costa portuguesa. O representante do setor sublinha que a esperança é reforçada pelo facto de nunca terem estado tanto tempo proibidos de pescar e porque as condições climatéricas parece que foram favoráveis à natalidade deste pequeno peixe.
Em 2008 pescaram-se 65 mil toneladas de sardinha em Portugal, número que em 2014 caiu para perto de 15 mil, algo que se deve repetir este ano. Na prática, uma descida de 80% (de cinco para um).
Humberto Jorge admite que a situação é delicada para empresas e pescadores depois de quase meio ano de paragem. Já há pescadores a desistir da profissão, mas o relato varia muito de região para região pois em alguns locais foi possível substituir a pesca de sardinha pela de outras espécies.
O parlamento discute hoje três projetos de resolução do PS, PCP e BE que pedem mais apoios ao setor da pesca da sardinha. Jorge Fão, deputado socialista, diz que é preciso, por exemplo, estudar e perceber bem o que levou ao desaparecimento de tanta sardinha do mar nacional, até para não apanhar, de novo, os pescadores desprevenidos. Pelo PCP, João Ramos defende apoios extraordinários.