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Greve TAP: Governo indisponível para voltar à mesa das negociações com o Sindicato dos Pilotos

Arquivo/Global Imagens

Numa reação à greve convocada pelo Sindicato dos Pilotos, Pires de Lima manifesta-se surpreendido e fala em ameaça contra a privatização da transportadora aérea.

O Governo não está disponível para voltar à mesa das negociações com o Sindicato dos Pilotos.

Perante a ameaça de greve dos pilotos, para o período entre 1 e 10 de maio, o ministro da Economia Pires de Lima afirmou estar «surpreendido com a greve» dos pilotos da TAP, que considerou inexplicável, e apelou ao sindicato para reconsiderar a decisão.

«É evidente que estou surpreendido. Não esperávamos esta posição do sindicato dos pilotos, que contraria aquilo que foi escrito e assinado pelos representantes dos sindicatos dos pilotos na última semana de 2014», afirmou o ministro, em declarações no programa Grande Entrevista, da RTP Informação.

Segundo o ministro, na reunião com os sindicatos foi por si explicado que haviam duas condições que não eram negociáveis: «A primeira era a privatização da empresa e a segunda era a cedência de até 20% do capital da TAP aos pilotos».

Para Pires de Lima, quando as coisas são simples «explicam-se em dois pontos e dois parágrafos», comentando assim o comunicado emitido pelo SPAC após a decisão da greve e que destaca 30 pontos.

«Há alguém que acredite que o Governo se tenha comprometido a vender entre 10 e 20% da empresa aos pilotos e isso não tenha ficado escrito no acordo», insistiu o Pires de Lima.

O ministro disse também que «não é passível de negociar aquela condição» e que o Governo «não está disponível para reabrir uma negociação que foi acordada e foi deixada a escrito por nove sindicatos, incluindo o dos pilotos, administração da TAP e Governo no passado mês de novembro».

«O acordo que nós assinamos é um acordo para cumprir e nesse sentido deixo aqui um apelo aos pilotos para que reconsiderem», afirmou Pires de Lima, vincando: «o acordo que assinámos é para cumprir o o Governo vai cumprir com todo o zelo o que assinou. Quero acreditar que o que foi acordado por palavra e assinado vai ser cumprido».

Questionado sobre uma explicação para a greve hoje convocada, Pires da Lima respondeu que «é "inexplicável".

«A única explicação que eu encontro é que os pilotos, no limite do 'timing' da privatização, pretendem colocar o Governo e os portugueses sob uma espécie de ameaça, de forma a procurar bloquear essa privatização», sublinhou.