Política

Costa diz querer "ganhar de todas as formas"

Mário Cruz/ Lusa

Em Portalegre, o líder socialista sublinhou que a única forma de vencer de forma clara é com "mais votos e mais deputados"

"Como é uma coisa séria, não vamos deixar isto entre juristas. Só há uma forma de o deixarmos claro: é ganhar de todas as formas. Ganharmos porque temos mais votos e ganharmos porque temos mais deputados", disse António Costa.

O secretário-geral do PS recusa a hipótese de os socialistas ganharem em votos, mas não em número de mandatos, e critica o debate que tem sido criado em torno do tema: "Ora, hoje, vieram inventar uma nova discussão, que é saber: como é que se ganham as eleições?".

E acrescenta: "É como uma equipa de futebol que, quando está a perceber que já está a levar três a zero e que vai perder mesmo, porque sofreu mais golos do que aqueles que marcou começa a dizer: isto o que conta não são os golos entrados, o que conta é saber quantos jogadores estão em campo".

O líder do PS adiantou ainda o que entende ser ter mais votos e mais deputados: "Significa que nenhum pensionista terá a sua pensão cortada, que a todos os pensionistas será devolvida a pensão cortada, que todos os idosos que voltarão a ter o complemento solidário para idosos, que cada família que terá os abono de família que foi cortado".

Em Portalegre, o líder socialista reforçou o apelo ao voto e voltou a garantir que, se for governo, não irá cortar pensões.

António Costa teceu ainda criticas à gestão do governo no setor da saúde, mas também da educação e sublinhou a necessidade "urgente" de "relançar o crescimento económico do país", acusando a coligação PSD/CDS-PP de, durante os últimos 4 anos, ter "destruído 200 mil postos de trabalho, ter feito emigrar 350 mil portugeses e de ter destruido milhares de empresas, em torno de uma ideia de redução da dívida, que aumentou".

Perante cerca de duas centenas de militantes e simpatizantes, o secretário-geral socialista reforçou ainda aquelas que são duas das principais bandeiras eleitorais do PS: "Aumentar o rendimento das famílias e criar condições para que os empresários possam investir".

Antes de António Costa, Luis Testa, cabeça de lista às eleições legislativas, acusou Pedro Passos Coelho e Paulo Portas de aventureirismo, ao promoverem o "desmantelamento" do Serviço Nacional de Saúde para favorecer os privados.

Já o presidente da Federação do PS de Portalegre lamentou ainda que a coligação Portugal À Frente faça uma campanha eleitoral em "salas fechadas, com entradas controladas, com medo dos apupos e do povo que tem o poder do voto". Rui Nabeiro, mandatário distrital da candidatura socialista, foi o primeiro a discursar, afirmando que o país "precisa de confiança" e que o "PS dá a garantia de um estado de direito".

Durante os discursos, vários foram os olhares fixados no céu. Motivo? Um drone que sobrevoou a Praça da República, em Portalegre.