António Varela foi gestor do Banif em representação do Estado. Até agora, era o responsável pela supervisão no Banco de Portugal. O regulador já confirmou a informação, sem explicar as razões da saída.
Num curto comunicado, o Banco de Portugal informou que o administrador António Varela "transmitiu hoje ao Conselho de Administração a sua renúncia ao mandato de administrador do Banco de Portugal", tendo já sido informado o Governo. Não foi avançada qualquer justificação para a saída de António Varela.
António Varela era membro do conselho de administração do Banco de Portugal desde 2014.
Antes, foi o homem que representou o Estado no Banif e acompanhava o processo de reestruturação do banco, entretanto vendido ao Santander Totta.
Na carta de demissão que enviou ao primeiro-ministro, António Varela diz que não se identifica suficientemente com a política e a gestão do Banco de Portugal.
Uma fonte próxima do administrador demissionário revelou à TSF que António Varela não quer falar sobre este assunto sublinhando que não é um político mas sim um gestor e, por isso, não quer ter protagonismo.
Acrescenta que António Varela está de consciência tranquila quanto ao trabalho que fez na supervisão do BdP e diz que o administrador demissionário prestará todos os esclarecimentos, caso seja convocado para depor na comissão parlamentar de inquérito ao Banif.
O nome de António Varela está numa lista proposta pelo PS como uma das personalidades com interesse para ouvir na comissão, mas a listagem ainda não está encerrado.
No BdP, António Varela tinha o pelouro da supervisão prudencial, lugar em que sucedeu a Pedro Duarte Neves, que esteve debaixo de fogo devido ao papel que desempenhou no caso do antigo Banco Espírito Santo.
Varela tinha também as questões relacionadas com o mecanismo de supervisão.
Foi nomeado durante o mandato de Maria Luís Albuquerque como ministra das Finanças. Na cerimónia de posse no Banco de Portugal, Maria Luís chegou mesmo a dizer que "a supervisão não podia ter melhor titular" do que António Varela.