A comissão de inquérito ao caso Banif não aceita a invocação do segredo profissional para não envio, ao Parlamento, da auditoria interna do Banco de Portugal.
Na reunião de coordenadores, o presidente da comissão, António Filipe, foi mandatado para, amanhã mesmo, contactar com as entidades que invocaram o segredo profissional como argumento para não enviarem a documentação requerida pela comissão de inquérito.
É o caso do Banco de Portugal que mantém a recusa de envio da auditoria interna, que ainda hoje foi parcialmente divulgada pelo Jornal de Negócios.
Depois de analisarem os contornos jurídicos desta questão, os deputados consideram que "não existe fundamento" para esta recusa, uma vez que existe o compromisso de sigilo, por parte da comissão de inquérito.
É esse "conforto" que o presidente António Filipe vai transmitir, amanhã, ao Banco de Portugal, com a certeza de que, se persistir a recusa, será ponderada a queixa "por desobediência", à Procuradoria Geral da República (PGR).
É, aliás, num parecer da PGR que os deputados se apoiam para exigir esta documentação.
Este braço de ferro entre o Parlamento e o Banco de Portugal já se arrasta desde a comissão de inquérito ao caso BES.
Na próxima semana arrancam as audições, com os administradores do Banif a serem ouvidos na terça e quarta-feira.
A audição de Carlos Costa, governador do BdP, está prevista para o dia 5 de abril.
Das personalidades contactadas apenas Vítor Gaspar não deu ainda resposta.