No Fórum TSF, os partidos falaram da expectativa em torno da comissão parlamentar de inquérito ao Banif. Comissão arranca esta terça-feira com audições aos antigos presidentes executivos do banco.
O PSD entende que os deputados começam "coxos" devido à falta de documentação proveniente do ministério das Finanças. O deputado Carlos Abreu Amorim diz que o ministério de Mário Centeno ainda não enviou à comissão informação sobre o processo do Banif. "A entidade fundamental que tem grande parte da documentação que é relevante para a descoberta da verdade ainda não entregou um único documento", denunciou o deputado social-democrata sublinhando que ainda esta manhã tentou saber junto dos serviços de apoio à comissão se "alguma coisa tinha chegado do ministério das Finanças. Foi-me dito que não sabiam de nada".
O Bloco de Esquerda considera que também o governo socialista tem responsabilidades a assumir no processo que terminou com a venda do banco. A deputada Mariana Mortágua disse que a comissão de inquérito vai ser importante para esclarecer alguns assuntos e apontou responsáveis, nomeadamente, o "Banco de Portugal, que acompanhou o processo sem ter tomado uma decisão, o anterior governo, que deixou o processo arrastar-se e do atual governo que decidiu a venda".
O PCP procurará "refletir politicamente sem descurar áreas em que as questões processuais ou eventualmente criminais possam surgir", diz o deputado Miguel Tiago.
Para o PS, o que é essencial esclarecer é "o comportamento das entidades públicas desde o início do processo" de resolução do Banif. O deputado João Galamba confessa preocupação "em perceber a totalidade da operação".
Já o CDS explica que é importante perceber o que "aconteceu e o que levou à decisão de resolução" e que "alternativas havia".
Cecília Meireles, deputada do CDS, explicou ainda que a comissão também vai ser útil para perceber se, no setor financeiro, "só há problemas de supervisão ou se também há problemas de capitalização que já existiam e só agora estão a surgir".