Cultura

Jardins Efémeros regressam a Viseu

Amadeu Araújo/TSF

O tempo é o tema da VI edição dos Jardins Efémeros, que decorrem em Viseu de 1 a 10 de julho numa cidade que descobre novos espaços e novas utilizações.

A grande âncora dos Jardins Efémeros é o centro histórico de Viseu onde está instalada uma enorme cascata e um frondoso bosque. Uma instalação que apela a uma viagem no tempo, promovendo uma viagem pelos sentidos que decorre em edifícios icónicos ou devolutos da cidade de Viseu.

A intenção é "mostrar o esqueleto, o osso da cidade. É preciso olhar para as cicatrizes dos edifícios que têm vida e memórias".

Sandra Oliveira, mentora e criadora dos Jardins Efémeros destaca ainda outra virtude. O aproveitamento de espaços, integrados em zonas difíceis da cidade e que estavam esquecidos como sucede na Fundação Francisco Gonçalves, "um edifício que mostra o que houve de indústria no coração da cidade. Mas é um edifício abandonado, numa zona difícil, desfavorecida e muito ligada à criminalidade mas que pode permitir outra relação com o espaço e com as pessoas porque a vida na cidade é plural".

As três naves do Pavilhão Mundo Português, antigas instalações da fundição Francisco Gonçalves irão receber artistas consagrados como Alexandre Farto, que assina como VHILS e Miguel Januário numa exposição coletiva, com conferências, apresentações e debates associados, que se propõe a pensar Portugal e o tempo.

No jardim de arquitetura efémera que envolve a Praça D. Duarte, haverá novamente uma cascata, muitas árvores, um duplo anfiteatro, zonas de descanso e lazer e até um palco que irá receber os concertos de final de tarde.

O tempo que ainda passa, ou já passou, deixou memórias, turvas e claras, de um tempo que nunca o é e sempre o foi.