Rio 2016

"Ippon" à intolerância. Judoca egípcio expulso por não cumprimentar israelita

Islam El Shehaby (Egito) e Or Sasson (Israel) Toru Hanai/Reuters

O Comité Olímpico Internacional (COI) fala em "reprimenda severa" a Islam El Shehaby e considera que o comportamento do judoca não está de acordo com o "espírito de amizade" dos Jogos Olímpicos.

Islam El Shehaby perdeu o combate na categoria de +100kg, mas não foi a derrota e sim as suas crenças e valores pessoais que o fizeram recusar cumprimentar o adversário de Israel, Or Sasson.

O público fez-se ouvir com uma vaia perante um comportamento que pouco tem a ver com o chamado espírito olímpico e até o árbitro do combate ficou surpreendido pela atitude. O momento foi partilhado pelo repórter internacional da BBC, Raphael Gellar, na rede social Twitter.

Depois do combate, o judoca egípcio justificou a sua atitude: "apertar a mão do adversário não é uma obrigação segundo as regras do judo. É algo que acontece entre amigos e ele não é meu amigo". "Eu não tenho problemas com judeus nem com outras religiões mas, por razões pessoais, não me podem pedir que aperte a mão a alguém daquele Estado, especialmente perante todo o mundo", acrescentou o atleta.

Apesar das explicações, o judoca foi castigado pelo Comité Olímpico do Egito que condenou o comportamento de Islam El Shehaby, que teve de abandonar a comitiva egípcia no Rio de Janeiro.

O Comité Olímpico Internacional criou uma comissão disciplinar para investigar o incidente. Nas conclusões, o COI diz que a atitude de Islam El Shehaby é "contrária às regras do fair play e viola o espírito de amizade que faz parte dos valores olímpicos".

Em comunicado, o COI fala em "reprimenda severa" e pediu ao Comité Olímpico do Egito que garanta que "os atletas recebem a educação apropriada sobre os valores olímpicos antes de estarem presentes nos Jogos Olímpicos".