Bruxelas ainda não arrisca marcar uma data para a assinatura do acordo mas as dúvidas dissiparam-se, ultrapassado que está o 'veto' da região francófona da Valónia.
Vai mesmo o avançar o acordo de comércio livre da União Europeia com o Canadá. O governo da Valónia - -uma região francófona da Bélgica com menos de quatro milhões de habitantes - ameaçava travar o acordo mas, e depois de intensas negociações, o primeiro-ministro belga revelou, esta quinta-feira de manhã, que foi alcançado um consenso.
A notícia é acolhida com agrado nas instituições europeias. O presidente com Conselho Donald Tusk já fez saber que está em contactos com o primeiro-ministro canadiano, para marcar uma cimeira para a assinatura do acordo.
Do lado da Comissão, o porta-voz Margaritis Schinas desvaloriza o atraso no acordo e prefere valorizar o facto de que vai finalmente acontecer.
Ainda não se conhecem as contrapartidas da região francófona da Bélgica para desbloquear o acordo, bem visto por toda a União Europeia. Bruxelas considera que se tratou de um trabalho político intenso.
Bruxelas não arrisca por agora uma data possível para uma cimeira com o Canadá, para a assinatura do acordo que pretende eliminar 98 por cento das tarifas comerciais entre a Europa e o Canadá.
"Tendo em conta que os acontecimentos estão a desenrolar-se agora, não arisco uma data para os próximos passos. Isso terá de ser tratado pelo Conselho Europeu. Vale a pena lembrar que o Canadá disse explicitamente e publicamente que continua pronto assinar o acordo quando nós estivermos prontos", explica Margaritis Schinas.
O governo da Valónia representativo de pouco mais 4 milhões de belgas francófonos punha em causa um acordo para 500 milhões de pessoas só do lado europeu, nomeadamente porque o acordo dá às empresas o poder de apresentar queixa contra um estado em que, do ponto de vista de uma multinacional, as leis ponham em causa os interesses comerciais dessa empresa.