Uma equipa de geólogos está a perfurar um poço nas proximidades de Basileia (Suíça), tentando obter energia geotérmica suficiente para alimentar cinco mil lares. O calor do interior da crosta do planeta pode atingir os 200 graus centígrados a cinco mil metros de profundidade.
Uma equipa de geólogos perfura actualmente um poço nas proximidades de Basileia (Suíça), junto da fronteira com a Alemanha, na esperança de conseguir energia geotérmica suficiente para alimentar cinco mil lares.
Os geólogos querem aproveitar como fonte de energia o calor do interior da crosta do planeta, que pode atingir os 200 graus centígrados a uma profundidade de cinco quilómetros.
«O calor da Terra como fonte de energia tem sido completamente subvalorizado», sublinhou Markus Haering, director do projecto, baptizado em inglês «Deep Heat Mining», financiado na sua maior parte pela empresa de electricidade de Basileia.
A profundidades entre os 3 e os 10 quilómetros podem explorar-se, com a tecnologia actualmente disponível, reservas energéticas pelo menos 15.000 vezes superiores às provenientes do petróleo em todo o mundo, afirmou o perito.
Além disso, este tipo de energia não produz dióxido de carbono, o gás que mais contribui para as alterações climáticos, e tem como únicos produtos residuais o sal e o enxofre, substâncias muito mais inócuas que, por exemplo, os lixos radioactivos.
O método, já testado em algumas instalações piloto, consiste em utilizar a rocha da crosta terrestre em profundidades à volta dos cinco mil metros para aquecer uma corrente de água que se injecta à pressão na pedra para perfurá-la e que se bombeia posteriormente outra vez para a superfície.
Mediante o emprego de um transformador de calor, a água, que alcança temperaturas da ordem dos 200 gruas centígrados, converte-se em fonte de energia tanto eléctrica como térmica.
O mais difícil é determinar a direcção das gretas abertas na rocha, através das quais a água jorra sob pressão.
Segundo os peritos, a tecnologia, testada pela primeira vez no Laboratório Nacional de Los Alamos (Novo México, Estados Unidos), está tão desenvolvida que os custos de investimento numa central geotérmica podem amortizar-se em 15 anos de funcionamento.