Carlos Sousa vai ver o Dacar de fora, uma vez que não participa este ano na mais dura prova automobilística do deserto. Bernardo Vilar/Paulo Marques representam Portugal nos carros, Elisabete Jacinto voltou a apostar nos camiões.
O piloto português Carlos Sousa (na foto) vai ser um dos grandes ausentes do Dacar 2004, que começa no dia de Ano Novo, em terras francesas (Clermont-Ferrand) e que regressa este ano ao percurso tradicional, uma vez que vai terminar na capital do Senegal.
O campeão mundial de Todo-o-Terreno confessou à TSF que vai ser «curioso ver a prova de fora», isto depois de ter participado na competição nos últimos oito anos.
«Vamos ter uma atenção diferente. É o momento de pensar e de reflectir o que foi feito e o que poderá ser feito no futuro», acrescentou.
O português prevê que a prova seja bastante disputada, no ano em que o escocês Colin McRae fará a sua estreia nas areias do deserto, depois de dedicado os últimos anos da sua carreira aos rallies, onde de resto se sagrou campeão mundial em 1995.
«Vai ser interessante ver as equipas novas, as novas máquinas e o que os construtores fizeram neste interregno. Gostaria que a Mitsubishi ganhasse de uma forma que não fosse esmagadora, para que houvesse luta para abrir o interesse», acrescentou Carlos Sousa.
O piloto da Mitsubishi acredita ainda que a edição deste ano do Dacar vai ser mais dura e mais lenta, onde a «fiabilidade das máquinas, bem como o empenho dos pilotos vão ser importantes».
O japonês Hiroshi Masuoka (vencedor em 2002 e 2003) e o italiano Miki Biasion, ambos em jipes Mitsubishi, são os favoritos à competição dos automóveis.
A dupla Bernardo Vilar/Paulo Marques, em Nissan, será a única representação lusa nos carros, entre os 146 concorrentes dos automóveis.
Para além do estreante Colin McRae, que este ano ficou sem hipótese de continuar nos rallies, a Nissan tem no veterano Ari Vatanen a sua grande aposta para tentar evitar o terceiro triunfo consecutivo de Masuoka, que triunfos em seis das últimas oito edições.
Juan-Louis Schlesser, grande adversário de Carlos Sousa no último mundial de Todo-o-Terreno, e a alemã Jutta Kleinschmidt também espreitam a possibilidade de entrar a ganhar em 2004.
Entre os 200 competidores nas motas, onde o favoritismo se reparte entre o francês Richard Sainct e o italiano Fabrizio Meoni, não há portugueses, uma vez que Elisabete Jacinto voltou novamente a apostar nos camiões. A portuguesa alinha numa equipa com mais dois espanhóis.
Os participantes na mais dura prova do deserto, que termina a 18 de Janeiro, vão ter pela frente cerca de 11 mil quilómetros, grande parte deles nas areias de Marrocos, da Mauritânia, do Mali, do Burkina Faso e do Senegal.