Os deputados do PSD que pertencem à comissão de inquérito ao acidente do Terreiro do Paço acusam a administração do Metro de desautorizar o trabalho da comissão ao excluir os seus elementos da visita às obras que se realizou esta segunda-feira.
Os deputados do PSD que integram a comissão de inquérito às obras do Metro manifestaram «profundo desagrado» por não terem sido convidados para a visita ao túnel do Terreiro do Paço que se realizou esta segunda-feira.
Victor Reis acusou a administração do Metro de pretender, com a visita desvalorizar as consequências do acidente de Junho de 2000 e «fazer crer às pessoas que está tudo bem antes de estarem prontos os relatórios das entidades independentes» aos danos causados.
Para Victor Reis, que coordenou a actuação do PSD na comissão, a ausência de um convite ao Parlamento tem ainda «a intenção óbvia de desautorizar publicamente o trabalho feito pela comissão de inquérito parlamentar».
Durante a visita às obras do metropolitano, responsáveis do Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) e o presidente da câmara de Lisboa, Pedro Santana Lopes, que também foi convidado, garantiram que situação do túnel está estabilizada e que a linha a funcionar em 2004.
No início de Dezembro, a comissão de inquérito parlamentar ao acidente na estação do Metro do Terreiro do Paço terminou os seus trabalhos responsabilizando o Governo socialista por ter celebrado um «mau acordo» com o consórcio construtor «Metropaço».
De acordo com o relatório, o consórcio construtor «subestimou os riscos da obra» e o Ministério do Equipamento Social, então tutelado por Ferro Rodrigues, permitiu que o Conselho de Gerência da Administração do Metropolitano de Lisboa tivesse assinado «um acordo com o empreiteiro assente em factos indeterminados».
A administração do Metro, também ouvida no Parlamento, assumiu «algumas responsabilidades» no acidente nas obras do túnel do Terreiro do Paço e explicou que, por esse motivo, não foi seguida a «via judicial» contra o empreiteiro.