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Sindicato dos Quadros Técnicos está pessimista

Bettencourt Picanço, da direcção do Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado, está pessimista quando se fala da eliminação de 40 mil postos de trabalho na Função Pública.

Para Bettencourt Picanço, a eliminação de 40 mil postos de trabalho na Função Pública representa uma «redução de efectivos» e a «precarização do trabalho em geral».

Desta forma, a medida é «preocupante para o conjunto dos portugueses, não apenas para os trabalhadores da Administração Pública».

O dirigente explica que a eliminação de 40 mil postos de trabalho se vai «reflectir no serviço público de que os portugueses são utentes, os serviços que os portugueses pagam através do Orçamento do Estado».

Portugueses pagam duas vezes

«Apontando-se para menos emprego na Função Pública e a consequente privatização de serviços, aquilo que está em cima da mesa é o Orçamento do Estado continuar a suportar todo um conjunto de serviços essenciais, mas os portugueses vão ser chamados também a pagar todo um conjunto de serviços essenciais», acrescentou Bettencourt Picanço.

«Os portugueses irão ser proximamente chamados a pagar duas vezes, uma através do Orçamento de Estado, outra através da privatização dos serviços e consequentemente de uma participação maior no pagamento desses próprios serviços aos privados que os vão passar a prestar», explicou.

Falta de diálogo do Governo

O dirigente queixa-se também da falta de diálogo com o Governo. «É nulo, continuamos à espera que o Governo se sente com as organizações sindicais e implemente aquilo que é o diálogo necessário para o que quer fazer e ter também em conta aquilo que são os pontos de vista dos trabalhadores representados pela organizações sindicais», defende.

Bettencourt Picanço chama também a atenção para o facto dos diversos serviços públicos confrontarem-se hoje com necessidades ao nível do pessoal que não são satisfeitas.

«Terá que romper por algum lado, porque as aposentações de trabalhadores não são substituídas, o que irá resultar em piores serviços públicos ou em serviços públicos que acabarão por cair no regaço de muitos privados que estão à espera da sua vez», alertou.