Fátima Felgueiras negou ter sido ouvida pela Polícia Judiciária (PJ) sobre um alegado «saco azul» da Câmara de Felgueiras, garantindo «desconhecer que tenha sido constituída arguida» no âmbito das investigações da PJ de Braga.
Em declarações à TSF, a autarca de Felgeiras disse «desconhecer que tenha sido constituída arguida em qualquer processo».
«Nunca foi ouvida nem nunca prestei declarações» à Polícia Judiciária (PJ), garantiu Fátima Felgueiras, acrescentando não poder pronunciar-se sobre «coisas que desconheço».
A autarca socialista considerou «abusivo e até vergonhoso que alguma comunicação social venha dizer que tem fontes, que depois não revela» para afirmar que foi constituída arguida no processo de existência de um alegado «saco azul» na Câmara de Felgueiras.
«Acharia estranhíssimo que porventura um cidadão neste país fosse constituído arguido sem saber ou tivesse conhecimento disso através da comunicação social», disse, lembrando que «são os tribunais quem tem a competência para julgar».
A autarca - que se comprometeu com o PS a renunciar à presidência da Câmara de Felgueiras se viesse a ser constituída arguida neste processo - lamentou estar a ser «sujeita a um julgamento na praça pública», à semelhança de «muitas outras figuras da vida política nacional».
Felgueiras reagia à notícia veículada esta manhã pelo «Jornal de Notícias» (JN), que dava conta de que a PJ teria concluído as investigações ao alegado «saco azul», envolvendo não apenas a autarca como o seu antecessor, Júlio Faria.
O matutino refere que foram «encontradas relações perigosas entre a Câmara, futebol, empresas e um banco».
«Também terão sido constituídos arguidos diversos fornecedores da autarquia. Uma das empresas envolvidas está ligada ao ramo do calçado», acrescenta o JN.
Insistir na mentira até ser verdade
Para Fátima Felgueiras, «parece» haver uma «intenção de afirmar, continuar a afirmar e, de tenta mentira que se diz, tentar mesmo envolver deliberadamente a presidente e a Câmara de Felgueiras».
Esta «intenção», considerou a autarca, provoca «prejuízos manifestos do ponto de vista pessoal e político quer das pessoas quer da terra, porque hoje Felgueiras é falada abusivamente sempre a propósito desta situação. É vergonhoso!».
A autarca manifestou a sua «mágoa» por não se estar a «fazer um combate político sério», insinuando que a publicidade a este caso estará a procurar «condicionar outros poderes» que, contudo, não especificou.
O caso está a ser investigado pela PJ de Braga depois de o Ministério Público o ter consultado no Tribunal de Guimarães.