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Morreu o ex-vice-primeiro-ministro de Timor-Leste Mário Carrascalão 

Steven Governo/Global Imagens

O antigo governador e vice-primeiro ministro de Timor-Leste tinha 80 anos e terá sido vítima de um ataque cardíaco, quando viajava sozinho de carro, em Díli.

Mário Carrascalão morreu esta sexta-feira no Hospital Nacional Guido Valadares, em Díli, disse à Lusa um familiar.

Mário Carrascalão, que foi governador durante a ocupação indonésia e vice-primeiro-ministro após a independência, morreu um dia depois de ser galardoado com o Grande Colar da Ordem de Timor-Leste, a mais alta condecoração do país, entregue pelo chefe de Estado, Taur Matan Ruak.

Indicações preliminares apontam que Mário Carrascalão terá sofrido um ataque cardíaco quando conduzia e viajava sozinho no seu carro privado, na zona do bairro do Farol, em Díli. O carro está ainda no local, tendo subido o passeio e embatido contra um poste, conforme constatou a Lusa.

Desconhece-se se o acidente ocorreu antes ou depois do ataque cardíaco.

Testemunhas relataram à Lusa que transeuntes transportaram Mário Carrascalão para o hospital, onde equipas médicas confirmaram o seu óbito.

"Ainda ontem estivemos todos a jantar em família e ele estava muito bem-disposto, foi galardoado e estávamos a celebrar" disse a Lusa a irmã Ângela Carrascalão.

Uma multidão começou já a juntar-se no espaço mortuário do Hospital Nacional Guido Valadares.

Ouvido já pela TSF, o antigo presidente e primeiro-ministro de Timor, Ramos Horta, destaca a honestidade de Mário Carrascalão, um homem que não se deixava corromper, mas que não foi devidamente reconhecido.

Em Díli, Ramos Horta dá conta de um sentimento de choque entre os timorenses.

D. Ximenes Belo lamenta a morte de Mário Carrascalão que recorda com saudade. O antigo bispo de Díli, escutado pela TSF, considera que o antigo governador, durante o período de ocupação do território pela Indonésia, sempre defendeu os interesses do povo timorense.

O antigo bispo de Díli sublinha que Mário Carrascalão foi responsável pela formação de grande parte da classe dirigente timorense pós independência, um contributo para a autodeterminação de Timor, de alguém que no entanto suscita alguma controvérsia no país.