A eurodeputada comunista Ilda Figueiredo reuniu o apoio de mais de 800 políticos, intelectuais e artistas de todo o mundo para a absolvição das 17 mulheres portuguesas acusadas por «delito» de aborto em clínicas clandestinas.
A notícia foi destaque na edição deste sábado do diário espanhol «El País».
As dezassete mulheres poderão ser condenadas no final de Janeiro, na Maia, com penas até três anos de prisão.
A maioria das mulheres interrompeu a gravidez por dificuldades económicas, psíquicas e pessoais. Uma das mulheres é mãe de quatro filhos, doente, desempregada e abandonada pelo marido; outra, uma jovem de 16 anos vive numa caravana com um irmão deficiente.
O movimento de solidariedade internacional com as «mulheres da Maia» foi posto em marcha no final de Novembro em colaboração com a plataforma portuguesa «Direito de Optar» que reúne diversas associações nacionais.
A deputada Ilda Figueiredo iniciou a campanha no Parlamento Europeu, onde conseguiu o apoio de 60 eurodeputados de todos os quadrantes políticos, estendendo-se à América Latina, África, América do Norte e Austrália.
Entre os subscritores da campanha encontram-se o filólogo Noam Chomsky, a actriz alemã Hannah Shygula, o sociólogo Pierre Bourdieu e a cantora de ópera norte-americano, Júlia Migenes.