A Protecção Civil do distrito de Vila Real declarou hoje o alerta vermelho na Régua devido à subida do caudal do rio Douro, que está apenas a um metro de galgar a principal avenida daquela cidade. As zonas ribeirinhas de Gaia e Porto vão manter-se inundadas.
Na Régua, o caudal está a aumentar. O autarca afirmou à TSF que já é hábito acontecerem estas inundações e por isso, sem pânico, os comerciantes limitam-se a recolher os seus pertences.
De acordo com o presidente da Câmara, a Avenida João Franco ficará submersa «dentro de uma hora».
Gabriel Borges, delegado distrital da Protecção Civil, fez saber que quando a barragem de Bagaúste, a montante da Régua, passar a debitar mais de 5 mil metros cúbicos de água por segundo, deve ser lançado o alerta vermelho para a Régua.
O Plano de Cheia, elaborado pela Protecção Civil, poderá ser accionado a qualquer momento, pelo Governador Civil do distrito, o que colocará em funcionamento o Centro Distrital de Operações de Emergência para efeito de cheias.
Quatro famílias que vivem no Lugar da Barroca, na Avenida do Douro, tiveram que abandonar as suas casas e retirar os bens após a subida das águas.
O comandante Tavares Meireles, coordenador do Centro de Prevenção de Cheias do Douro, referiu à TSF que o facto de já ter ocorrido «a preia-mar não veio complicar a situação, mas também não resolveu».
Porto e Gaia deverão manter-se inundadas
Apesar da hora da maré-cheia já ter ocorrido, as zonas ribeirinhas do Porto e Gaia deverão continuar ao longo desta sexta-feira inundadas nas próximas horas, uma vez que «nada indica que o nível das águas do Douro vá descer», segundo fonte do Centro de Previsão e Prevenção de Cheias (CPPC).
No cais da Ribeira, no Porto, às 9:45, as águas já tinham subido aos 6,51 metros acima do nível do cais, segundo a mesma fonte.
O CPPC considera que a situação poderá piorar nas próximas seis horas devido aos caudais das barragens que entretanto deverão descer o Douro e chegar ao Porto. A hora mais crítica será às 21:00, hora de nova preia-mar.
Linha do Vouga volta à normalidade ao meio dia
Entretanto, a circulação na Linha do Vouga, interrompida desde ontem, entre Espinho e Oliveira de Azeméis devido à queda de barreiras, deve voltar hoje à normalidade segundo anunciou uma fonte da CP.
Até lá, as ligações continuarão a ser feitas por autocarro.
Quanto à Linha do Norte, entre Aveiro e Cacia, a circulação está a ser feita apenas numa das vias. A CP desconhece quando será normalizada a situação.
Devido ao condicionamento, há atrasos de meia hora nos horários das composições e foram suprimidos os comboios suburbanos entre Aveiro e Ovar, estando os passageiros a ser encaminhados para os comboios regionais Coimbra-Porto.
Para além de problemas na rede ferroviária, o mau tempo na região de Aveiro provocou inundações em Estarreja, que já afectaram um centro de inspecção automóvel e quedas de árvores na zona de Vagos.
Movimento de terras «engole» casa de emigrantes
Uma família de Vila Boa de Ousilhão, em Bragança, viu uma avalanche de terra e castanheiros, na noite ontem, entrar-lhe pela porta dentro e subterrar parte da habitação, consequência de um movimento de terras.
Os ocupantes da casa, construída recentemente, saíram ilesos do acidente, mas tiveram de procurar abrigo junto de familiares por tempo indeterminado.
O presidente da junta de freguesia de Vila Boa de Ousilhão, Alberto Veiga, garantiu à Lusa que um geólogo vai fazer uma avaliação das condições dos terrenos e só com os resultados do estudo serão tomadas medidas para a remoção do entulho e estabilização da zona.