Sociedade

Governo prepara pacote de medidas para florestas

Miguel Pereira da Silva/Global Imagens

O Governo vai preparar medidas para as matas afetadas pelos incêndios, que passam por um relatório de ocorrências, um programa de intervenção e a aplicação da receita da madeira.

O secretário de Estado das Florestas, Miguel Freitas, afirmou que poderá ser publicado em Diário da República, ainda esta quinta-feira, o despacho a solicitar ao Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) que apresente, no prazo máximo de quatro meses, um conjunto de medidas a implementar nas matas atingidas pelos incêndios dos últimos dias.

"É fundamental que o ICNF nos apresente um plano de financiamento, sendo que o princípio daquilo que pretendemos é que as verbas que saiam da venda da madeira dessas matas sejam investidas em cada uma dessas matas", explica o secretário de Estado.

O Governo quer também que o ICNF elabore um relatório de ocorrências dos incêndios que afetaram as matas nacionais de Leiria, de Pedrógão (distrito de Leiria), do Urso (Figueira da Foz), das Dunas de Quiaios (Figueira da Foz), da Covilhã e da Margaraça (Arganil, distrito de Coimbra).

"Estas foram as matas mais afetadas pelos incêndios e queremos uma avaliação rigorosa dos prejuízos e danos que aconteceram no património florestal e edificado", afirmou o governante.

O secretário de Estado das Florestas e do Desenvolvimento Rural pretende que seja ainda apresentado um programa de intervenção para o conjunto das matas públicas que indique, primeiro, o plano de corte (indicando que árvores é que devem ser cortadas, como será feito o corte ao logo do tempo, as áreas que vão ser conservadas), "fundamental" para que o Governo possa tomar decisões.

"Por outro lado, queremos também que sejam alterados os planos de gestão florestal. Nesta altura pode haver objetivos de segurança, que podem levar a que possamos diversificar as espécies que temos nestes territórios", sublinhou o secretário de Estado.

Os incêndios de domingo queimaram, segundo uma estimativa do presidente da Câmara da Marinha Grande, cerca de 80% da área do Pinhal de Leiria.