Política

"Um país propositadamente atrasado". Sócrates volta a defender o TGV

O antigo primeiro-ministro, José Sócrates, à chegada para participar como orador na conferência do "Economia Hoje, Futuro Amanhã", sobre a temática "O projeto europeu depois da crise económica", no Auditório da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra, em Coimbra, 21 de março de 2018. PAULO CUNHA/LUSA LUSA

Enquanto primeiro-ministro quis ligar Portugal à Europa por TGV e construir um novo aeroporto em Lisboa. Duas ideias polémicas que Sócrates continua a defender, vários anos depois.

Em resposta a uma das perguntas colocada pelos alunos da FEUC, José Sócrates refere que falta ao país um verdadeiro projeto de crescimento.

E, respondendo à questão que o próprio colocou: "Como se pode fazer um projeto de modernização?", o ex-primeiro ministro respondeu que isso aconteceu pela última vez quando "fui eu a liderei um governo". Quando liderou o governo socialista, diz, apostou na energia eólica, nas TIC - Tecnologias e Informação e Comunicação, e na modernização das infraestruturas.

E aqui Sócrates não esqueceu o TGV. "O país está propositadamente atrasado", afirma. O facto de o comboio de alta velocidade parar em Badajoz, não entrando em Portugal, leva o ex-primeiro ministro a dizer que "é das ideias mais reacionárias" que já viu em Portugal.

Apela por isso a que haja "um pouco mais de visão para o crescimento económico do país", até porque, no seu ponto de vista, a resposta à crise com a austeridade "é uma falácia", uma vez que "falhou em toda a Europa", lembrando que "Portugal começou a recuperar por abandonar uma política catastrófica", de quem estava a tentar sair de um buraco "escavando sempre mais fundo".

José Sócrates participa estas quarta-feira numa conferência sobre "o projeto europeu depois da crise económica". O antigo primeiro-ministro fala aos alunos da faculdade de economia da universidade de Coimbra sobre "a economia hoje, futuro amanhã".