O Sindicato dos Funcionários do SEF garante que 80% dos serviços documentais estão encerrados esta terça-feira, devido à greve dos funcionários não policiais
Cerca de 600 trabalhadores do serviço documental Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) exigem um estatuto de carreira e melhores condições de trabalho
Em declarações à TSF, Manuela Niza Ribeiro, presidente do Sindicato dos Funcionários do SEF, fala em atrasos demasiado grandes na emissão de autorizações de residência.
"Alguém que tenha necessidade de uma concessão ou de uma renovação de uma autorização de residência tem de estar entre seis a oito meses para conseguir uma marcação. Isso faz com que as pessoas fiquem com a sua vida em suspenso", denunciou.
A falta de uma carreira específica tem também afastado vários dos funcionários documentais do SEF. "Estamos a assistir a uma saída em massa de quadros da parte documental - com anos, décadas, de trabalho no SEF - que se vão embora porque, simplesmente, não estão integrados. Não estão reconhecidos. Isto é impensável!", criticou Manuela Niza Ribeiro.
"Não conseguimos nem fixar os que já têm vários anos de casa nem conseguimos atrair ninguém para os nossos quadros", constatou.
A greve dos trabalhadores do SEF prolonga-se até à próxima quinta-feira. "Estes três dias de greve, para quem tem salários na base dos 600 euros, não são fáceis", admite a dirigente sindical que, no entanto, espera que a vontade de luta dos trabalhadores supere a perda de salário.
"Esta é uma luta genuína e necessária vai fazer com que as pessoas se mobilizem para continuar", afirmou.
Imigrantes também em protesto
Dezenas de imigrantes estão concentrados à porta do SEF, em Lisboa, cortando o trânsito na Avenida António Augusto de Aguiar. Os imigrantes têm cartazes com as palavras de ordem a pedir documentação legal.
Elementos da organização da manifestação foram recebidos pela direção do SEF.