Política

Carlos César acusa BE e PCP de "entusiasmo juvenil"

Ana António/TSF

"O BE e o PCP têm que perceber que não se pode dar o passo maior do que a perna", diz Carlos César no programa Almoços Grátis.

O Bloco de Esquerda (BE) e o Partido Comunista (PCP) têm um "entusiasmo juvenil sobre diversos avanços no plano político, um excesso de entusiasmo que pode fazer morrer uma ambição e uma esperança que está a ser progressivamente conseguida". Quem o diz é Carlos César.

O socialista comentava no programa "Almoços Grátis" as críticas de bloquistas e comunistas fizeram nos últimos dias, num momento em que se discute o Programa de Estabilidade e as opções do Governo para o investimento público.

Catarina Martins descreveu como "preocupantes os sinais de que Governo quer alterar as metas que negociou" e que basearam o voto do BE no Orçamento do Estado para 2018 e Jerónimo de Sousa acusou governo de fazer "opções" políticas que preferem ir além da meta do défice a apostar nos aumentos salariais e investimento público.

"Têm de perceber que se escorregarmos neste percurso podemos não ter a possibilidade de nos levantarmos a tempo e de novo".

O presidente e líder da bancada parlamentar socialista assegura, por outro lado, que o " Bloco de Esquerda e ao Partido comunista não têm uma ambição maior do que a do PS de fazer justiça social. Têm um modo e um tempo que pode ser diferente".

Também Luís Montenegro disse haver "um entusiasmo juvenil, para não dizer infantilidade", nos discursos do BE e PCP. "É esquizofrénico ver tanta agitação e depois tanta inconsequência", considera.

Sobre as declarações de Mariana Mortágua esta manhã no Fórum TSF, o social-democrata acusa a bloquista de "pôr a viola no saco quando questionada sobre o que fazer com essa indignação".

Um ministro no bolso

Para Luís Montenegro, "há várias jogadas políticas em marcha no âmbito da geringonça governativa".

"O ministro das Finanças surge com um discurso de euforia, nesta sua nova veste de presidente do Eurogrupo e quiçá já a experimentar a vestimenta de candidato o Parlamento Europeu ou a comissário europeu no próximo ano".

Mário Centeno assume um "protagonismo maior", considera o social-democrata. Por um lado "quer capitalizar para si próprio os bons resultados financeiros", por outro, há uma "subalternização dos setores mais importantes da administração pública a outros setores aos ditames do ministério das finanças"

"Não deixa de ser curioso que o ministro das Finanças esteja hoje no Parlamento a responder pela política de Saúde. Vejam bem onde é que ele meteu o ministro da Saúde, subordinado à total irrelevância", ironiza.

Precisamente a propósito do Serviço Nacional de Saúde, Carlos César admite "insuficiências e problemas", além de "falhas circunstanciais e em concreto", mas ressalva que a despesa relativa ao setor da saúde aumentou mais de 780 milhões de euros e há agora mais oito mil profissionais no setor da saúde.

Com Anselmo Crespo e Nuno Domingues