No Fórum TSF, debateu-se se Portugal deve apostar na redução do défice e ir além da meta combinada com Bruxelas ou aproveitar o equilíbrio das contas e reforçar o investimento nos serviços públicos.
Nem PCP nem Bloco de Esquerda querem votar o Programa de Estabilidade que o Governo aprova esta semana e apresenta no Parlamento na próxima sexta-feira.
Os parceiro do Partido Socialista na maioria parlamentar afirmam que sempre discordaram de algumas estratégias do Governo, mas isso não impediu a aplicação de medidas que melhoraram o rendimento das pessoas.
No Fórum TSF, falou-se sobre a desconfiança que as mais recentes declarações do ministro das Finanças provocaram na esquerda.
Mariana Mortágua, do Bloco de Esquerda, defendeu que o Governo não deve ir além das metas, sem com isso, beneficiar os serviços públicos. A deputada bloquista garantiu que são estas discordâncias que irão colocar o Bloco de Esquerda, ao lado do PSD e do CDS-PP.
"Não afastamos nenhum instrumento de intervenção parlamentar a respeito do Programa de Estabilidade. Anunciaremos depois uma decisão consequente com a nossa leitura desse programa", disse Mariana Mortágua, no Fórum TSF.
Pelo lado do PCP, o deputado Paulo Sá não vê razões para alterar a forma como o Programa de Estabilidade é discutido, relativamente aos anos anteriores.
"Apesar destas divergências que existem, há espaço para concretizar medidas de devolução de direitos e rendimentos", garantiu Paulo Sá.
Já pelo PS, o deputado João Galamba alegou que o Bloco de Esquerda e o PCP só teriam razões de queixa se houvesse que verbas que não foram gastas no Serviço Nacional de Saúde, de forma a atingir o défice acordado com Bruxelas.
"Aí teria sido violado um compromisso para atingir um resultado. Acontece que isso não se sucedeu. Foi-se para além do défice, o resultado foi melhor do que o esperado, mas não houve nenhum sacrifício de recursos para a Saúde", afirmou João Galamba.
*com Manuel Acácio, Nuno Domingues e Guilhermina Sousa